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Capital

Quadrilhas preferem periferia à região central para arrombar caixas

Paula Maciulevicius | 19/03/2012 12:52

O crime “da moda”, de arrombar ou explodir máquinas de instituições financeiras, tem como alvo regiões com pouca movimentação de pessoas

Na madrugada de domingo, arrombamento de caixa ficou só na tentativa. (Foto: Marlon Ganassin)
Na madrugada de domingo, arrombamento de caixa ficou só na tentativa. (Foto: Marlon Ganassin)

O cenário de arrombamento e explosão de caixas eletrônicos tem levado a Polícia a mapear a ação das quadrilhas. Pelo comportamento dos crimes já registrados em sete cidades do interior e três situações em Campo Grande, o delegado do Garras responsável pela investigação, Roberval Maurício Cardoso, afirma que se tratam de várias quadrilhas com um ponto em comum: preferem a periferia à região central.

O crime “da moda”, de arrombar ou explodir caixa eletrônico tem como alvo regiões com pouca movimentação de pessoas e um quesito a mais. Segundo o delegado, o dispositivo que tinge as notas “vítimas” de explosão se concentra apenas na região central da cidade, excluindo a área periférica, o que acaba sendo vantagem para ação das quadrilhas nos bairros.

O fator facilita a ação dos bandidos, de dezembro até hoje, quando os arrombamentos começaram, não foi registrado nenhum caso de notas tingidas. Mas mesmo assim, o delegado alerta. “Eles ainda podem lavá-las”.

Desde o final do ano até março, ocorreram crimes nos municípios de Ladário, Ivinhema, Dourados, Naviraí, Paranaíba, Ribas do Rio Pardo, Terenos, além de Campo Grande, onde foram três casos.

O último da Capital ficou só na tentativa, aconteceu na madrugada deste domingo. O caixa eletrônico do Banco do Brasil do Prático no bairro Aero Rancho não foi arrombado, apesar de o trio permanecer 1h30 na central e fazer a agente patrimonial refém, acabou o gás do maçarico e a região que deveria ter sido cortada, ficou apenas marcada.

Para o delegado que acompanha mais este caso, o bando não se trata exatamente de amadores, mas sim de um grupo com menos experiência na prática do crime. “Ou eles levaram o botijão com pouco gás ou não tem experiência na pressão do fogo”, comentou.

O número de casos fez com que a Polícia traçasse uma estratégia para identificação das quadrilhas, um mapeamento de onde já passaram para chegar à forma de agir dos bandidos.

Primeiro o delegado explica que se trata de várias quadrilhas pelo modo de agir. “Tem crime que eles roubam em quatro, outro em cinco, outro em seis. E o tipo de arma também é diferente. Eles vem, estouram e vão embora, tem geralmente dois casos ao mesmo tempo”, reforça o delegado.

Segundo a Polícia a maioria dos grupos conta com a participação de ex-presidiários envolvidos. “Pela proporção do crime é ex-presidiário. Tem que ter peito de chegar e roubar um banco”, considera.

Eles se organizam entre si e pedem auxílio na cidade alvo do roubo. Ainda de acordo com a Polícia, a cada município “visitado”, a quadrilha conta com um apoio central, que vai ter levantado anteriormente informações do local, do fluxo de pessoas e do abastecimento de dinheiro.

A frequência de arrombamentos e explosões tem levado a Polícia a mudar o efetivo para dar conta de tantos crimes. Como os arrombamentos têm sido na maioria pelo interior, os policiais que estão de saída dos plantões são os escalados para ir a cada chamado. Dentro do Garras, foram diminuídas as folgas e o plantões, dobrados.

Mais à frente o Garras tem previsto passar treinamento aos policiais civis do interior, quanto a explosão, arrombamentos e abordagens.

O delegado ainda ressalta a preocupação da Polícia se os crimes se tornarem mais violentos. Até então, os bandidos entram com os estabelecimentos fechados e fazem apenas uma pessoa refém.

“A preocupação é deles entrarem em 10,12, fechar todo mundo lá dentro e usar escudo humano”. Questionado se isso está longe de acontecer o delegado responde que não.

Caso – Na última quinta-feira (15), quatro homens armados com submetralhadora e pistola calibre 32 fizeram o vigia de um mercado no bairro Estrela do Sul, em Campo Grande, refém durante a madrugada para estourar o caixa eletrônico do estabelecimento.

Depois de entrar no mercado, por volta das 3h da manhã, eles usaram explosivos para conseguir pegar o dinheiro do caixa. Os quatro estavam encapuzados e usavam um carro preto. A Polícia ainda não chegou aos suspeitos.

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