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Capital

Radares multam ao menos quatro motoristas a cada hora na Capital

Dados são aproximados, mas estatísticas oficiais serão reveladas ao MPE, que tenta abrir a ‘caixa preta’ da ‘indústria da multa’

Anahi Zurutuza | 11/08/2016 07:16
Capital tem ao menos 100 radares e lombadas que emitem multas cuja arrecadação é feita pela  Agetran (Foto: Alcides Neto)
Capital tem ao menos 100 radares e lombadas que emitem multas cuja arrecadação é feita pela Agetran (Foto: Alcides Neto)

Por mês, a Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) emite cerca de 9 mil multas, sendo 3 mil por conta de situações flagradas por 100 equipamentos eletrônicos de controle de velocidade existentes em Campo Grande. Com o pagamento do que é cobrado pelas infrações, o órgão municipal arrecada mensalmente pelo menos R$ 1 milhão.

As informações foram dadas pelo diretor-presidente do órgão municipal, Elidio Pinheiro Filho, depois que a reportagem insistiu com a assessoria de imprensa para que as estatísticas fossem divulgadas. Os dados, entretanto, são aproximados.

‘Indústria da multa’ – O MPE (Ministério Público Estadual) tenta abrir a “caixa preta” de suposta “indústria da multa” existente em Campo Grande. Por meio de recomendação feita nesta quarta-feira (10) ao diretor-presidente da Agetran, o promotor Fernando Martins Zaupa pede além do desligamento de todos os radares e lombadas da Capital que tenham sido aferidos pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) há mais de 12 meses e o cancelamento das multas emitidas por estes aparelhos, que a Agetran informe a relação de todas as multas aplicadas na Capital em 2015 e 2016.

A recomendação, feita em caráter preventivo, é baseada informações coletadas durante investigação instaurada pela 29ª Promotoria de Justiça no ano passado.

Em uma das denúncias, o motorista contesta uma multa aplicada por radar no cruzamento da avenida Nelly Martins (Via Parque) com a rua Henrique Aragão, no dia 18 de maio de 2015, por equipamento testado pelo Inmetro pela última vez em maio de 2013. As informações constam no boleto de cobrança emitido pela Agetran e o denunciante teria usado o argumento de que o aparelho não passava por testes há dois anos para tentar que o órgão municipal cancelasse a infração, mas o pedido foi indeferido.

Na publicação do Diário Oficial do MPE de ontem, Zaupa destaca que a credibilidade dos redutores de velocidade tem sido colocada “em xeque” e que “há grande quantidade de cidadãos a reclamarem da quantidade, forma, circunstâncias relacionadas à aplicação de multas de trânsito pela Agetran”.

Aparelhos foram desligados recentemente porque empresas responsáveis por operação estavam sem receber (Foto: Alcides Neto/Arquivo)
Aparelhos foram desligados recentemente porque empresas responsáveis por operação estavam sem receber (Foto: Alcides Neto/Arquivo)

Outro lado – O diretor-presidente da Agetran garantiu a reportagem que nenhum radar na cidade funciona irregularmente. “Só ficam ligados os que estão legalmente habilitados”, afirmou.

Elidio disse que será esta a resposta dada ao MPE e que todos as outras informações pedidas serão enviadas. “Não temos nada a esconder. Tudo aqui é na base da transparência”.

Sobre a suposta existência da “indústria da multa”, o diretor afirma: “se ninguém cometesse infração, não existiria multa”.

Em entrevista recente, Elidio Pinheiro informou que os contratos com as empresas que operam os radares e lombadas eletrônicas, além da contratação da responsável pelo sistema para dar rotatividade ao estacionamento no centro de Campo Grande, estão sendo revistos pela Agetran. Dependendo da conclusão dos estudos, o órgão municipal pode romper com a Perkons e o Consórcio Cidade Morena, responsáveis pelos medidores de velocidade, e com a Flex Park.

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