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Capital

Rapaz nega fingir ser advogado, mas admite que ficou com dinheiro de cliente

Bruno Henrique Aristimunho Lima foi preso em flagrante na tarde de quarta-feira após ser denunciado

Por Ana Paula Chuva | 31/10/2024 16:20
Registro de Bruno Henrique Aristimunho Lima na OAB-MS (Foto: Reprodução)
Registro de Bruno Henrique Aristimunho Lima na OAB-MS (Foto: Reprodução)

Preso em flagrante por estelionato, o estagiário de Direito, Bruno Henrique Aristimunho Lima, 29 anos, negou em depoimento que mentiu ser advogado, mas confessou que ficou com alguns dos valores de uma das clientes do escritório para o qual ele prestava serviços. A declaração foi dada ao delegado Felipe de Oliveira Paiva, plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol, na manhã desta quinta-feira (31).

Conforme o relato do rapaz, ele tem uma empresa limpeza de estofados e é estagiário de Direito em um escritório de advocacia localizado no Bairro Santa Fé e há, aproximadamente um ano, conheceu uma das clientes. A mulher era vendedora de joias e depois de um tempo foi até o escritório para contratar os serviços do local para realização de divórcio, e ele que mantinha contato com a cliente para informar sobre o andamento do processo.

Ao delegado, Bruno alegou que não houve formalização de contrato escrito e tudo foi feito de forma verbal, onde ficou acordado entre a cliente e o escritório 30% do valor do patrimônio para o valor do processo. O rapaz afirmou que praticou todos os atos relacionados à ação judicial e que no decorrer cobrou alguns valores relativos aos honorários advocatícios, sendo tudo pago via Pix para sua conta bancária.

No depoimento, o rapaz ainda afirma que repassou alguns valores para o escritório e confessa que ficou com outros de forma irregular e não sabe discriminar o quanto recebeu da mulher. Porém, conta que solicitava transferência semanais que variavam de R$ 4 mil a R$ 5 mil, acreditando que ao longo do ano o valor total tenha se aproximado de R$ 300 mil e que passou 60% disso para o advogado.

Para a polícia, ele reconheceu que ficou com o dinheiro de forma irregular e que esses valores não tinham nenhuma relação com o processo. Além disso, ele inventou despesas adicionais relativas à documentação. Sobre a arma encontrada com ele, o rapaz disse que comprou o revólver calibre 38 para se proteger já que está devendo agiotas.

O Campo Grande News entrou em contato com o escritório citado pelo rapaz e, por telefone, o advogado - que terá  identidade preservada - informou que ele nunca trabalhou para o local e jamais houve esse contrato de divórcio. Ainda na ligação, o profissional afirmou que nunca recebeu dinheiro da mulher que denunciou Bruno.

Bruno ainda não passou por audiência de custódia. Ele foi preso em flagrante após marcar encontro com a cliente para pagamento de mais R$ 5 mil em dinheiro na tarde de ontem (30). Ele tem diversas passagens por estelionato, ameaça, extorsão e exercício ilegal da profissão.

Em janeiro deste ano, ele chegou a ser denunciado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) por estelionato. De acordo com o documento, em maio de 2022, ele fingiu ser advogado e ficou com R$  5,5 mil de uma idosa, referentes à dívida de uma casa. Mas há diversos outros processos em que ele é réu.

Bruno Henrique Aristimunho Lima preso em delegacia de Campo Grande (Foto: Polícia Civil | Divulgação)
Bruno Henrique Aristimunho Lima preso em delegacia de Campo Grande (Foto: Polícia Civil | Divulgação)

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