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Capital

Réu por assassinato de garoto de 10 anos diz que queria "dar susto"

Antonio Rosa de Souza é ouvido pela 2ª Vara do Tribunal do Júri por crime que ocorreu em 2014

Izabela Sanchez e Bruna Pasche | 03/10/2018 10:26
José Rafael de Melo, à esquerda, teria fornecido a arma que Antônio Rosa de Souza, à direita, utilizou para matar a criança (Henrique Kawaminami)
José Rafael de Melo, à esquerda, teria fornecido a arma que Antônio Rosa de Souza, à direita, utilizou para matar a criança (Henrique Kawaminami)

Paulo Ricardo de Lima Simões Camargo tinha apenas 10 anos quando entrou em uma chácara, no bairro Jardim Noroeste, em Campo Grande, no dia 27 de novembro, para pegar mangas, e de lá nunca mais saiu. Ele foi assassinato com um tiro na cabeça. Nesta quarta-feira (3), dois réus envolvidos no assassinato são ouvidos pelo Tribunal do Júri.

Autor do disparo, Antonio Rosa de Souza presta depoimento na 2ª Vara do Tribunal do Júri e afirma que “atirou para assustar”. Ele foi denunciado pelo MPMS (Ministério Público Estadual) por homicídio qualificado por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima.

Ao júri, ele relatou que vivia na chácara para cuidar do local. A arma que utilizou, relata, foi dada por José Rafael de Melo, também julgado pelo assassinato. A arma seria, conforme relatou, para não “deixar que roubassem mais animais” na propriedade.

“Não atirei para matar, atirei para assustar e acabou atingindo ele. Eu atirei para cima”, declarou. Ele ainda afirma que estava de folga no dia, que bebia quando ouviu um barulho. Ele declarou ter visto “um vulto” e atirou, e afirma que não deu para perceber que se tratava de uma criança “porque tinha boa altura”.

Perante o júri, ele ainda declarou ter ficado 72h foragido. Antonio contou só ter percebido que era uma criança quando José chegou ao local e pediu a arma para escondê-la. “Nunca tive intenção de matar ninguém, atirei para cima”, declarou. Antonio ainda afirmou ter emagrecido em razão do remorso.

Ajudou o autor - José Rafael de Melo foi o primeiro a prestar depoimento. Ele é julgado por ter fornecido a espingarda calibre 22 e ter ajudado Antônio a escapar. José, que é frentista, declarou que conhecida Antonio há anos porque o amigo era caseiro da chácara do dono do posto. Ele afirmou que estava trabalhando por volta das 20h30 quando Antonio chegou e declarou ter cometido um erro, que havia atirado para cima, mas achava que tinha atingido alguém.

José afirma que pediu a uma terceira pessoa, um amigo, para que tirar Antonio do local, pois o autor do crime estaria passando mal, para levá-lo ao posto de saúde. Ele afirma ter ajudado Antonio a escapar porque ele estava com medo de ser linchado e, depois, algumas pessoas colocaram fogo na casa de Antonio, na chácara.

Sobre a arma, afirmou que o bairro era muito perigoso e a arma era para a segurança da chácara e do posto. José também declarou que não sabia que Antonio havia cometido assassinato, mas sabia que encontraria um corpo na chácara no dia seguinte.

O caso - O estudante Paulo Ricardo e foi encontrado morto em uma chácara ao lado do lixão do Jardim Noroeste na madrugada do dia 28 de novembro de 2014. Ele foi assassinado com requintes de crueldade, segundo investigação policial.

Deficiente, ele pode ter sido morto com um tiro e com um espeto utilizado para catar materiais recicláveis, segundo a polícia. Testemunhas afirmaram, à época, que a criança vivia pedindo esmolas no lixão e vivia como menino de rua.

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