ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 19º

Capital

Réu por execução que foi filmada é condenado a 22 anos por 5 crimes

Rafael da Silva Duarte foi julgado e condenado por homicídio qualificado, ocultação de cadáver, posse ilegal de arma, posse de arma com registro adulterado e organização criminosa

Gabriel Neris | 12/07/2018 17:08
Rafael da Silva Duarte foi condenado por envolvimento na morte de integrante de facção rival (Foto: Saul Schramm)
Rafael da Silva Duarte foi condenado por envolvimento na morte de integrante de facção rival (Foto: Saul Schramm)

Rafael da Silva Duarte foi condenado nesta quinta-feira (12) por cinco crimes cometidos diante da rixa entre facções criminosas. O réu pegou 22 anos e 9 meses de reclusão, 1 ano de detenção e o pagamento de 40 dias-multa pela morte de Richard Alexandre Lianho.

Duarte foi julgado e condenado por homicídio qualificado, ocultação de cadáver, posse ilegal de arma, posse de arma com registro adulterado e organização criminosa.

O corpo de Richard Alexandre Lianho foi encontrado no dia 15 de fevereiro do ano passado no penhasco do Céuzinho. Conforme o Ministério Público, o rapaz foi capturado no dia anterior e mantido em cativeiro por integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) por ser integrante do Comando Vermelho e ter envolvimento com a mulher de integrante da facção rival, Naiara Carolina Menezes Lopes.

A mulher teria marcado encontro com a vítima, mas na realidade se tratava de uma emboscada. A mando do marido, dois adolescentes e o acusado teriam prendido a vítima e submetido ela ao “tribunal do crime”.

Após conferência realizada por telefone, outros integrantes do PPC decidiram pela morte da vítima. Dado o veredicto, a execução foi filmada por um dos adolescentes. Richard foi morto com tiros na cabeça, efetuados pelos menores. Depois esquartejaram seu corpo, jogado na ribanceira da cachoeira.

Em depoimento hoje, os dois envolvidos assumiram a autoria do crime na tentativa de inocentar o réu. Hoje com 18 e 19 anos de idade, a dupla está presa na Unei (Unidade Educacional de Internação) Tia Aurora e prestou depoimento por videoconferência como testemunhas.

Imagem que circulou nas redes sociais e que mostra a execução brutal de jovem (Foto: Arquivo)
Imagem que circulou nas redes sociais e que mostra a execução brutal de jovem (Foto: Arquivo)

O rapaz de 18 anos disse que Rafael não sabia do crime e que sequer foi ao local abandonado. Diferente do depoimento prestado na delegacia, o suspeito contou que sequestrou a vítima com a ajuda de outro adolescente e encontrou o réu na casa em que Richard foi “julgado”.

Também diferente do falado em fase policial, a segunda testemunha reafirmou a inocência de Rafael. Alegou ter sido responsável por levar a polícia até o corpo de Richard.

Depois de acompanhar os depoimentos das testemunhas, Rafael foi ouvido e alegou ser inocente. Contou que o carro era dele e que emprestou aos dois adolescentes após receber uma ligação.

Como combinado, levou o veículo ao local indicado e encontrou os dois adolescentes, um deles armado. “Voltei para casa, porque era aniversário da minha irmã. Depois recebi uma nova ligação, pedindo para eu ir buscar o carro”, detalhou. Quando encontrou a dupla, recebeu um novo pedido: guardar a arma usada no crime.

“A gente acha que tem amigo e vai guardando as coisas, mas não sabia de crime nenhum”. Rafael afirma que não tirou o revólver do carro e no dia seguinte, quando foi encontrado pela polícia, mostrou onde a arma estava.

Nos siga no Google Notícias