ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, SEXTA  10    CAMPO GRANDE 24º

Capital

Juiz mantém presos suspeitos de sequestro em “tribunal do crime”

Vítima foi sequestrada no Jardim Nhanha na noite de segunda-feira (25) e denunciou o crime na manhã do dia seguinte. Os autores foram presos horas depois

Geisy Garnes e Bruna Kaspary | 28/06/2018 12:31

A juiz José Carlos de Paula Coelho e Souza decretou a prisão preventiva dos quatro suspeitos de participarem do sequestro e agressão de um homem de 30 anos após “Tribunal do Crime”, em Campo Grande. O grupo acabou detido na manhã de terça-feira (26) depois que a vítima conseguiu fugir.

Os presos foram identificados como Willian Fernando Guimarães dos Santos, de 31 anos, Lucian Helan Miranda, de 25 anos, William Douglas Silva Guimarães, de 23 anos e Helton Duarte Luz, de 21 anos.

Os quatros suspeitos passaram por audiência de custódia na manhã desta quinta-feira (28) no Fórum de Campo Grande. Na decisão, o magistrado levou em consideração as diversas passagens pela polícia de cada um dos suspeitos, e converteu a prisão em flagrante em preventiva.

William Douglas tem sete passagens por crimes diferentes: porte ilegal, furto, tráfico de drogas quando adolescente e também maior de idade, roubo majorado, posse de droga para consumo pessoal e ameaça. Helton Duarte já foi preso por tráfico de drogas e formação de quadrilha.

Lucian acumula várias passagens por tráfico de drogas, por furto e posse de droga. Willian Fernando também tem longa ficha criminal e já foi preso por furto qualificado, tráfico de drogas, receptação, ameaça e desobediência.

O caso - A vítima contou à polícia que na noite de segunda-feira (25) estava em casa - no Jardim Nhanha - quando seis suspeitos chegaram ao local. Os homens, identificados apenas como Playboy, Gordinho, Frango, Bodão, Marlon e Eltinho, estavam em dois carros, um Golf prata e um veículo escuro, aparentemente um Prisma.

Armados com facas e um revólver, o grupo ordenou que a vítima fosse com eles, caso ao contrário o mataria na frente da esposa e da filha de 3 anos, “pois sabiam que ele era o informante da polícia há muito tempo”.

Os suspeitos então cobriram o rosto da vítima com um capuz e o levaram de carro para uma casa do Jardim Noroeste. Lá, o homem foi torturado, ferido com golpes de faca, socos, coronhadas e pauladas por todo o corpo.

No depoimento, a vítima contou que na casa em que foi agredido haviam pelo menos 10 pessoas e que ao fim da “sessão de tortura”, foi deixada com quatro suspeitos que não conhecia. O grupo passou a usar droga e aproveitando da distração, pegou uma barra de ferro e atingiu um dos “cuidadores”.

Com a confusão, o homem conseguiu pular a janela e saiu correndo pela rua, mas acabou colidindo com um carro. O acidente chamou atenção de convidados de uma festa que acontecia na região, que saíram para socorrer a vítima. Com o movimento, os autores acabaram desistindo de recapturar o “foragido”.

O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado e socorreu a vítima ao UBS (Unidade Básica de Saúde) do Tiradentes. Na manhã desta terça-feira (26), o homem saiu sem ser visto da unidade, pegou um mototáxi e foi para casa, mas ao chegar encontrou Playboy e outros três suspeitos que não conhecia, o esperando.

Ele foi novamente agredido pelos suspeitos, mas ainda assim conseguiu fugir até uma unidade policial. Lá denunciou o caso. Segundo o boletim de ocorrência, a vítima chegou a delegacia com lesões no rosto, cortes no braço e um corte na nuca, resultado de um golpe de facão desferido por Playboy.

Para a polícia, a vítima contou que já foi integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital) e que sua execução foi encomendada por um dos líderes da facção, conhecido como “Carlinhos do Skate”. Conforme apurado pelo Campo Grande News, o mandante do crime é Carlos Ney dos Santos Ribeiro, interno do Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, a Máxima de Campo Grande.

Carlos Ney, também conhecido como “Aleijadinho do Skate” é alvo do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) na Operação Paiol do Mal, que teve como alvo o setor responsável pela aquisição, guarda, comercialização e empréstimo de armas de fogo para crimes do PCC.

O caso foi registrado como sequestro e cárcere privado, associação criminosa e homicídio na forma tentada.

Nos siga no Google Notícias