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Capital

Réu por matar ex e jogar na piscina muda versão e diz ter sido ameaçado

Wagner Lopes é julgado pelo assassinato da funcionária pública Luciane de Freitas. Ele afirma que a primeira versão foi dada após coerção da polícia

Izabela Sanchez e Viviane Oliveira | 28/09/2018 11:11
Wagner Lopes é reu pelo assassinato de Luciene de Freitas, encontrada morta na piscina da própria casa em fevereiro de 2017 (Viviane Oliveira)
Wagner Lopes é reu pelo assassinato de Luciene de Freitas, encontrada morta na piscina da própria casa em fevereiro de 2017 (Viviane Oliveira)

Ouvido pela 2ª Vara do Tribunal do Júri nesta sexta-feira (28), Wagner Lopes responde pelo homicídio de Luciane de Freitas, 43 anos, encontrada morta na piscina da própria casa no dia 13 de fevereiro de 2017. Ao Júri, Wagner mudou a versão apresentada durante inquérito da polícia civil e afirma que o primeiro depoimento, em que declarou ter quebrado o pescoço da vítima, foi dito após ter sido ameaçado pelos policiais.

Wagner está preso desde o ano passado, quando se entregou 4 dias após o crime. Perante o Júri, ele afirma que os dois estavam separados e se encontraram em um bar, onde Luciene estava com um amigo. Ele alega ter voltado ao local por “instinto de homem”, discutiu com a vítima e decidiram ir para a casa dela.

Na nova versão, alega que a empurrou uma primeira vez e ela teria “vindo para cima dele”. Wagner afirma, então, que a empurrou, que ela caiu e ele deixou a casa. O promotor Douglas Oldergardo Cavaleiro dos Santos, no entanto, questiona que não havia vestígios de água no corpo da vítima, indício de que ela teria sido morta antes de cair na água.

Wagner, ainda assim, alega que ela poderia “ter batido a cabeça em um vaso de planta”. A perícia, no entanto, contraria a nova versão do acusado. Luciene sofreu uma fratura no pescoço e disjunção do crânio da primeira vértebra.

Na primeira versão, na delegacia, ele disse que desferiu um soco forte que teria quebrado o pescoço da vítima e que jogou o corpo na piscina. Os policiais, declarou, teriam ameaçado o sobrinho pelo crime de violação. Isso porque o sobrinho pesquisou no sigo para ver se já havia uma ocorrência registrada.

Bebida – Durante essa manhã, Wagner citou diversas vezes o vício em álcool, que segundo ele, contribuiu para o crime. Ele afirma que bebia todos os dias que a ex-mulher não gostava. Apesar de estarem separados há meses, ele declara que sempre rompiam e reatavam novamente.

Quem também prestou depoimento perante o júri foi a primeira esposa de Wagner, Cícera Gimenez. A defesa tentou coloca-la como testemunha, mas o juiz Aluízio Pereira dos Santos quis ouvi-la apenas como informante. Gimenez declarou que o relacionamento era normal, e que o ex-marido nunca apresentou comportamento violento.

Ela foi questionada pela promotoria, no entanto, sobre um boletim de ocorrência registrado em uma das brigas ocorridas entre o casal. No boletim, ela relatou que o ex-marido a chamou e “vagabunda” e “prostituta”. Cícera respondeu que não se lembrava.

Wagner afirma que só ficou sabendo do crime no outro dia, quando uma parente o questionou sobre a autoria. Transtornado, declarou, ele foi para uma chácara em Guia Lopes da Laguna, e se embrenhou em uma mata, onde andou 30 km até achar ajuda. A pessoa que o encontrou, relatou, emprestou um celular para que ele acionasse a irmã, que o orientou a contratar um advogado.

Poucas pessoas acompanhavam o Júri nesta sexta-feira, composto principalmente por acadêmicos. A mãe de Luciene, Talita Feitosa de Freitas, 69, afirma que Wagner “desestruturou” a família. “Espero que saia a condenação para que o crime não fique impune”, declarou.

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