Sábado é dia de protestos no cruzamento da 14 de Julho com Barão do Rio Branco
Ambientalistas protestaram contra desmatamento e motoristas de aplicativos contra lei que regulamenta a atividade
O sábado foi dia de protestos no cruzamento das ruas 14 de Julho com a Barão do Rio Branco no Centro de Campo Grande. De um lado, a manifestação foi contra o desmatamento do Parque dos Poderes Governador Pedro Pedrossian. Do outro, motoristas de aplicativo distribuíram panfletos contra a lei que regulamenta a atividade.
O encontro do grupo em defesa do Parque dos Poderes foi feito no calçadão da Barão, local que há 14 anos, Francisco Anselmo de Barros, 65 anos, cometeu suicídio ateando fogo no corpo contra a instalação de usinas no Pantanal.
A retirada da vegetação do Parque dos Poderes foi solicitada pelo governo do Estado ao Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul). Conforme o governo, lei estadual definiu onze áreas no Parque dos Poderes, que totalizam 279 mil metros quadrados, em que não se aplicam a proibição de desmatamento. O local desmatado está enquadrado nesta legislação e será destinado a estacionamento da Sefaz (Secretaria Estadual de Fazenda).
O deputado estadual Pedro Kemp (PT) apresentou Projeto de Lei que proíbe o desmatamento na área. A iniciativa, proposta por ambientalistas, aconteceu em razão do processo que tramita no Imasul. “Hoje recuperamos a memória de Anselmo para lutar contra o desmatamento no complexo do Parque dos Poderes”, disse o parlamentar.
Durante o ato também foi realizado abaixo-assinado contra o desmatamento. Conforme a bióloga Maristela Benites, foi elaborado documento e apresentado ao MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) estudo técnico que mostra a biodiversidade no Parque. “Se tiver esse desmatamento a gente perde a chance de mostrar para o mundo a riqueza de aves que tem no município”, lamentou. Compartilha da mesma opinião a professora Sudária Saravy, 53 anos. "Temos que plantar, reflorestar e não desmatar. Sou contra o desmatamento em qualquer lugar".
Motoristas de aplicativos - A manhã também foi de protesto dos motoristas de aplicativos para alterar a lei municipal 6.294/2019, que impõe novas exigências a empresas e motoristas de aplicativo na Capital, como por exemplo a idade máxima de 8 anos para os veículos em circulação. As novas regras foram sancionadas no ano passado e entraram em vigor no fim de janeiro.
Segundo Johnnathan Jara, diretor social da Uma (União dos Motoristas de Aplicativos), depois que lei for sancionada e as taxas aplicadas, vai diminuir muito a quantidade de motoristas de aplicativo, situação que vai aumentar o valor da corrida. “Vai ter muito pai de família desempregado. Tem multa que ultrapassa mil reais. Outra coisa que também deve ser revista”, lamentou. Segundo ele, cerca de 40 motoristas entregaram panfletos na região central para alertar a população. “Precisamos do apoio de quem usa o aplicativo”, destacou.