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Capital

Sem resultados de exames e coleta, pacientes de postos se revoltam

Fernanda Mathias | 29/06/2016 10:22
Após coleta, pacientes recebem informação de que o exame não foi realizado (Foto: Alcides Neto)
Após coleta, pacientes recebem informação de que o exame não foi realizado (Foto: Alcides Neto)

"Exame temporariamente não realizado". No lugar de resultados, esta é a mensagem que aparece para vários pacientes que fizeram coleta ainda em maio e tiveram que reagendar o procedimento em unidades de saúde de Campo Grande. 

Na manhã desta quarta-feira (29), na UBS (Unidade Básica de Saúde) do Nova Bahia, várias pessoas se enfileiravam à espera da nova coleta. Mas, foram informadas que o sistema estava fora do ar.

“Estive hoje às seis horas para coleta de sangue para exame pela terceira vez e dei com a cara na porta após duas horas de espera em pé e de jejum. É um abuso”, diz Tatiana Rosa, 48 anos. Tatiana conta que passou por uma coleta e duas tentativas frustradas. “Na primeira vez fiz a coleta, mas depois recebi um papel em branco, disseram que não tinha reagente. Na segunda, não tinha enfermeira para coletar o sangue e hoje informaram que caiu o sistema, com aquela multidão no posto”.

A mãe de um jovem de 23 anos, que prefere não se identificar, relata que passou pela mesma situação ao buscar o resultado na unidade de saúde do bairro Guanandi. O exame foi coletado no dia 09 de maio, mas quando foi buscar o resultado a surpresa: “Estava em branco e não souberam responder porque isso ocorreu”.

Nathalia chegou às 5h20 na UBS do Nova Bahia, para segunda coleta, após receber resultado em branco. Duas horas depois foi informada que o sistema estava fora do ar (Foto: Alcides Neto)
Nathalia chegou às 5h20 na UBS do Nova Bahia, para segunda coleta, após receber resultado em branco. Duas horas depois foi informada que o sistema estava fora do ar (Foto: Alcides Neto)

Nathalia Miranda, 22 anos, precisa fazer uma cirurgia, mas aguarda os resultados do hemograma para levar ao ortopedista. “Acordei às 4h15 e cheguei no posto às 5h20, mas somente às 7 horas disseram que o sistema estava fora do ar. A gente fica indignado não só por ter acordado cedo e estar de jejum, mas porque muita gente foi à pé porque não tinha dinheiro para passe de ônibus, com fome, crianças de colo e idosos”. Assim como os outros, esta não é a primeira tentativa de Nathália que chegou a fazer coleta anterior, mas recebeu a folha de resultado com o aviso de que o exame não foi realizado.

Até o fechamento desta matéria a Sesau (Secretaria de Estado de Saúde) não havia se posicionado sobre o assunto. Mas adiantou, via assessoria de imprensa, que a indisponibilidade do sistema de fato vem ocorrendo em razão da migração.

O problema com os exames se soma a uma série de outros enfrentados por usuários de postos de saúde na Capital, como a falta de vários medicamentos, de profissionais de saúde e materiais de consumo.

O Ministério Público Estadual já instaurou inquéritos para apurar falta de estrutura e de pessoal nas unidades do Jardim Leblon e da Moreninha III e decisão judicial recente determina que a Prefeitura providencie, no prazo de 60 dias, materiais e equipe médica para o CRS (Centro Regional de Saúde) da Coophavilla II.

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