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Capital

Sem som alto e bagunça, feira volta a ser “bem vista” por moradores

Paula Vitorino | 06/05/2011 18:47

Feira do Jardim Petropólis estava acabando por conta das bagunças

24 militares fazem ronda no local. (Fotos: João Garrigó)
24 militares fazem ronda no local. (Fotos: João Garrigó)

Há três semanas, a feira do Jardim Petrópolis está tentando voltar a ser a “feirinha do bairro”, onde os moradores podem ir, com tranquilidade, comprar verduras, frutas e apreciar pratos típicos. Durante meses, os feirantes e vizinhos sofreram com a ação de “baderneiros” no local, o que quase acabou com a feira.

O sossego está retornando à região com blitzes ostensivas da Polícia Militar na quinta-feira, dia em que os feirantes expõe seus produtos. O trabalho é realizado há três semanas e conta com cerca de 24 policiais.

A reivindicação de mais policiamento era antiga dos moradores, que já estavam organizando abaixo-assinado para retirar a feira do local, na tentativa de afastar também a bagunça.

“Era terrível, ninguém podia vir à feira. A mulecada fechava a avenida, na entrada da feira, e fazia disputa de som. Ninguém conseguia passar pela rua, rolava de tudo aí”, afirma o morador do condomínio em frente a feira, Gilberto Gomes de Souza, de 31 anos.

Ele registrou como era a situação no local e denunciou ao Campo Grande News. A Avenida Murilo Rolim Junior, no cruzamento com a Rua Esmeralda – onde são montadas as bancas – ficava praticamente interditada.

O local é cercado por um condomínio residencial, uma Escola Municipal e diversas residências.

De acordo com a PM, era constante a venda e o consumo de drogas e álcool no , inclusive por menores de idade, além de pessoas armadas.

“Era só bagunça. As famílias não podiam vir, trazer as crianças porque tinham medo. Era constante ver gente usando droga aqui. Agora você já vê que está melhorando, mas precisa da polícia toda semana aqui pra não voltar como era antes”, diz o morador Herman Junior Parizotto, de 45 anos.

A tenente Fabrícia Flores conta que até uma menina de 4 anos parou os militares para agradecer por finalmente poder conhecer a feira, pois os pais nunca a tinham deixado ir.

Feira - A bagunça e as práticas ilegais no local afastavam não só os clientes, mas também muitos feirantes. Eles fechavam suas barracas mais cedos, logo que o som começava - por volta das 20h30.

Feirantes esperam que público volte a frequentar feira.
Feirantes esperam que público volte a frequentar feira.

A dona de uma barraca de sobá Amélia Oyadomari afirma que há cerca de 4 meses a feira estava acabando. “Não vinha mais famílias, a nossa clientela mesmo não estava vindo. Aparecia só o pessoal que faz bagunça”, conta. Ela está no local há 24 anos, desde quando tudo começou.

Sua vizinha de barraca, Eliana Pacheco, de 36 anos, vendedora frutas, lembra que a bagunça no bairro era associada aos feirantes e quase provocou a perda do espaço de venda.

“Incomodava os moradores e a gente também. Mas o pessoal achava que era culpa nossa, mas quem vinha aqui pra fazer bagunça não tinha nada a vê com a gente. Agora vai fica bom pra todo mundo”, diz.

A feirante Regina Couto, de 39 anos, relata que agora além de vender os espetinhos no local, também está fazendo a propaganda do retorno da tranquilidade na feira. O problema, para ela, era especifico do Jardim Petrópolis e não acontecia em feiras de outros bairros.

“Eu faço feiras em outros bairros e às vezes convidava as pessoas pra vir até a do Petrópolis, mas as pessoas falavam: Ah, lá é bagunça. O público acabava não vindo por medo”, diz.

Ela lembra que os carros com som altos fechavam a entrada dos feirantes e até ocorrências de furtos já foram registradas no local. “Ficavam dançando em frente dos nossos carros e a gente não podia nem sair. Cliente já reclamou de que bateram a carteira dele no meio da feira”, diz.

Os feirantes esperam que o sossego na feira atraia novos clientes da região e, com isso, aumente as vendas. “Pessoas que antes não vinham, agora já estão começando a vir. Podem fazer suas comprar normalmente”, diz.

A PM informou que vai continuar com o trabalho de ronda ostensiva no local. Blitzes também estão sendo feitas eram feiras de outros bairros, como o Coophavila, Buriti e Jardim Aeroporto.

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