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Capital

Sindicato diz que em MS não falta médico e sim estrutura de atendimento

Aliny Mary Dias e Luciana Brazil | 03/07/2013 09:49
Durante coletiva, Luis Henrique lamentou a falta de estrutura. (Fotos:João Garrigó)
Durante coletiva, Luis Henrique lamentou a falta de estrutura. (Fotos:João Garrigó)

Uma comissão de médicos irá entregar nesta terça-feira (3) ao Governo, Prefeitura da Capital e MPF-MS (Ministério Público Federal) um relatório da situação da saúde no Estado com propostas de melhorias para o setor e também criticas a contratação de médicos estrangeiros. Segundo o Sinmed (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), um protesto está programado para ocorrer em frente ao MPF ainda hoje.

Alguns dados do relatório foram apresentados na manhã de hoje durante coletiva de imprensa e a conclusão é de que não adianta aumentar o número de profissionais, se não houver investimento em estrutura.

Segundo o presidente da Associação Médica do Estado, Fabio Magalhães, a vinda de médicos estrangeiros anunciada pela presidente Dilma Rousseff pode agravar problemas crônicos, caso a prova que atesta a capacidade dos profissionais não seja realizada.

“Existem médicos brasileiros que se formam no estrangeiro, mas passam por prova para assegurar a capacidade. Não somos contra os médicos virem, o problema é vir sem fazer a prova”, afirma o presidente.

Conforme o último levantamento feito pelo CRM (Conselho Regional de Medicina) em fevereiro, o Brasil possuia 7,2 mil médicos formados no exterior, o número representa 1,87% de todos os profissionais do país. Do número de estrangeiros, 65% deles são brasileiros e outros 35% são estrangeiros.

No Brasil, os estrangeiros que mais atuam são formados na Bolívia (13%), Peru (6%), Colômbia (3,8%) e Cuba (3,1%). Em Mato Grosso do Sul o maior número de médicos é da Bolívia. Os dados apontam ainda que existem 20 mil brasileiros estudando fora do país. 

A categoria fará uma manifestação em frente ao MPF.
A categoria fará uma manifestação em frente ao MPF.

“Não falta médico, o que falta é estrutura e condições de trabalho”, afirma o presidente do CRM-MS, Luís Henrique Mascarenhas.

Segundo o presidente do CRM-MS, muitos médicos se recusam ir para cidades do interior pela falta de estrutura. “Os médicos estão concentrados nas grandes cidades porque falta estrutura, os salários são baixos e as condições de salário não são boas. Ninguém quer ir para lá”, afirma Mascarenhas.

A revolta da categoria também é pela não aplicação da prova chamada de Revalida, que atesta a capacidade dos profissionais formados no exterior. A prova possui uma etapa teórica e outra prática e atualmente a média de aprovação é de 9,5%, número considerado baixo pelo CRM.

Proporção - Ainda de acordo com o levantamento, existem 388 mil médicos no país, 4,2 mil em Mato Grosso do Sul e 2,5 mil em Campo Grande.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) exige que exista 1 médico para cada 1 mil habitantes e os números no país são satisfatórios. O Brasil possui 2 médicos para cada 1 mil habitantes, em Mato Grosso do Sul o número chega a 1,69 e na Capital a proporção é de 3,1 profissionais.

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