Sobremesa da moda deixa o preço do morango salgado e bandeja chega a R$ 76,99
Explosão do “Morango do Amor” nas redes sociais faz preço da fruta subir até 35% na Capital

O sucesso repentino da sobremesa “Morango do Amor”, que viralizou nas redes sociais nas últimas semanas, está provocando impacto direto nos preços do morango em Campo Grande. O aumento expressivo na procura fez o preço da fruta subir tanto nos mercados atacadistas quanto no varejo, com valores que chegam a R$ 76,99 por uma bandeja de 750 gramas, custo que surpreende consumidores e desafia o orçamento de quem quer aderir à nova moda culinária.

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Neste sábado (26) a reportagem do Campo Grande News percorreu supermercados, atacadistas e pontos de venda de ambulantes e constatou que o preço da fruta sofreu variações significativas, conforme a marca, quantidade e local de venda. Em uma rede de hipermercado localizada na região central da Capital, a bandeja de 750 gramas da versão premium do morango custa R$ 76,99. No mesmo estabelecimento, a bandeja menor de 250 gramas é vendida por R$ 23,99, com variações para R$ 19,98 em marcas alternativas.
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Em supermercados menores, localizados em bairros como o Mata do Jacinto, a bandeja de 250 gramas pode ser encontrada por R$ 18,99. Já em atacadistas, que vendem em maior escala, a mesma quantidade sai por R$ 16,99.
No entanto, os preços mais acessíveis ainda são encontrados entre os vendedores ambulantes. Na Avenida Mato Grosso, esquina com a Rua José Gomes Domingues, um ambulante oferece a caixinha de 250 gramas por R$ 15 e a caixa com quatro caixinhas (1 kg) por R$ 60.
“Rapaz, não dá pra quem quer. Vendo morango há 30 anos. Conforme sobe no Ceasa, eu subo o preço também. A caixa com quatro caixinhas está saindo de R$ 50 a R$ 60, dependendo da escolha do cliente. A bandeja sozinha custa R$ 15. Por causa do tal morango do amor, essa é uma das épocas que mais está saindo. Até já provei e é bem gostoso”, contou Edinir Barros Rojas, de 64 anos, que atua há três décadas como revendedor de morango na Avenida Mato Grosso.

Segundo comerciante informar, o impacto do fenômeno viral não trouxe tantos benefícios ao produtor. “Uma caixa com quatro bandejas sai do produtor por uns R$ 18. Quem lucra mesmo é o revendedor e o pessoal que faz a sobremesa”, brincou.
Em outro ponto no bairro Mata do Jacinto, uma vendedora ambulante oferece a caixinha por apenas R$ 10, o menor valor encontrado na apuração. A comerciante Elenice Camilo, de 51 anos, diz que o “Morango do Amor” influenciou diretamente o mercado local. Dona de um ponto de salgados na Rua Jamil Basmage, no bairro Mata do Jacinto, ela mudou temporariamente o foco do negócio para a fruta.

“Um amigo que tem banca de frutas me sugeriu vender morangos aqui. Montei a estrutura e o pessoal começou a parar, perguntar, comprar. Hoje uma pessoa parou aqui e levou quatro caixinhas de uma vez para levar pra chácara. Coloquei pra vender uma hora da tarde e já foram oito caixas, cada uma com quatro caixinhas. Daqui a pouco começa a feira, acho que acaba tudo”, comemorou.
Na Ceasa/MS (Centrais de Abastecimento de Mato Grosso do Sul), que abastece grande parte dos supermercados e feiras da cidade, o impacto da sobremesa também é evidente. Segundo o gerente da unidade, Fernando Higa, o aumento na procura por morangos nesta semana foi de cerca de 50%, superando até mesmo datas tradicionalmente fortes para a fruta, como o Dia das Mães e a Páscoa.
“Tanto os supermercados quanto o consumidor final estão vindo procurar aqui. Acredito que seja por causa do morango do amor. Na semana passada já sentimos um aumento, mas a partir desta semana a procura explodiu”, afirmou Higa.
Essa alta na demanda também provocou reajustes nos preços praticados pelas empresas fornecedoras da CEASA/MS. “O preço da caixa com quatro bandejas aumentou cerca de 35% em duas das empresas que vendem a fruta aqui”, explicou o gerente.
Segundo ele, o fenômeno segue a lógica do mercado. “É a famosa lei da oferta e da procura. Teve bastante procura no produtor e ele acabou aumentando o preço lá na roça. Isso acaba impactando para nós que vendemos para o comércio e, claro, para o consumidor final também.”