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Capital

Teste para covid dá negativo, mas despedida de Jenifer será sem velório

Para a família, jovem teve reação alérgica a medicamento. Sesau vai investigar o atendimento

Marta Ferreira e Clayton Neves | 14/04/2020 09:01
A mãe de Jenifer enquanto tentava liberar o corpo no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)
A mãe de Jenifer enquanto tentava liberar o corpo no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) em Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)

Seis pessoas apenas, caixão lacrado e sem velório. Assim a família de Jenifer Taís Rodrigues de Moraes, 18 anos, vai dar o “último adeus” à jovem, nesta manhã, no cemitério do Cruzeiro, em Campo Grande. Jenifer morreu no domingo, após passar mal e ser atendida no CRS (Centro Regional de Saúde) do Bairro Tiradentes, em Campo Grande. Para a família, ela foi vítima de erro no atendimento.

Apesar de ter dado negativo o exame feito para saber se ela foi vítima da covid-19, conforme informou a SES (Secretaria de Estado de Saúde), o sepultamento vai manter o protocolo adotado para pessoas com suspeita da doença, conforme apurou o Campo Grande News.

Jenifer sofria de bronquite asmática e sempre que passava mal ia para a unidade pública de saúde. No domingo, foi assim, mas ela não voltou para casa. Depois de chegar a ser avaliada com problema emocional, recebeu injeção de Diazepam e Dexametasona. Passou mal e acabou tendo duas paradas cardíacas e morrendo.

O histórico de problema respiratório determinou a necessidade do teste para covid. Ainda sem saber que o resultado havia dado negativo,  a mãe de Jenifer, a auxiliar de serviços gerais Tatiane Cristina de Morais Santos, 35 anos, conversou rapidamente com a equipe por telefone nesta manhã, bastante emocionada. “Eles mataram minha filha”, afirmou.

Tatiane registrou boletim de ocorrência na segunda-feira na Polícia Civil. De acordo com o relato, Jeniver recebeu duas injeções no atendimento no CRS e a partir daí passou muito mal. “Não foram 10 minutos”, repetiu hoje.

Ontem, deu entrevista ao Campo Grande News no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) falando da agonia de não saber nem quando a filha poderia ser sepultada.

Jenifer morreu no domingo, na unidade de saúde do Bairro Tiradentes. (Foto: Álbum de Família)
Jenifer morreu no domingo, na unidade de saúde do Bairro Tiradentes. (Foto: Álbum de Família)

Desde o início, ela rejeitou a suspeita de que Jenifer pudesse ter sido contagiada pelo novo coronavírus.

A Sesau (Secretaria de Saúde Pública) de Campo Grande, havia informado que foi pedida prioridade para o caso por se tratar de um óbito suspeito da doença.  Ainda conforme o órgão informou antes do resultado do exame, a morte da jovem foi por Síndrome Respiratória Aguda Grave e precisava ser investigada.

Diante do teste negativo divulgado pelo  Lacen (Laboratório Central), mantido pelo governo do Estado, a Sesau informou que "a conduta tomada no atendimento da jovem deverá ser apurada para averiguação de erro, negligência ou imperícia por parte de algum dos profissionais que a atenderam".

Ainda de acordo com o órgão público,  "vale ressaltar que, no momento da triagem já é questionado o paciente possui alguma alergia medicamentosa, e a jovem em questão negou possuir qualquer alergia."

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