Traficantes quebram luminárias das ruas para ficar a vontade na escuridão
Moradores do Dalva de Oliveira, região do bairro Tiradentes, denunciam que a iluminação pública é depredada para que o tráfico de droga atue mais “à vontade”. O cenário de escuridão ocorre em ruas como Flauta, Violino e Tuba.
A maioria das luminárias é amassada e não tem grade de proteção. Há caso em que está sem lâmpada. No outro extremo, as que funcionam, ficam acesa até durante o dia. “Tem algumas com lâmpada, mas acho que desconectam o fio”, afirma uma moradora de 43 anos.
Pelas via apertadas, comércio com grades e câmeras, além de casas circundadas por altos mutos indicam preocupação com a segurança “Tinha que ter uma base móvel da polícia andando por aqui. Você não suporta o cheiro de maconha, fumam em frente da casa da gente. Depois da 22 horas tem que vir junto com a polícia”, diz a moradora.
Um morador de 21 anos conta que o comércio nas bocas de fumo é intenso e que a iluminação pública é danificada, principalmente, nas esquinas. Segundo ele, há um acordo tácito. “Eles não mexem com nós e a gente não mexe com eles”, relata.
“Querem ficar no escuro porque é muita 'drogaiada'. Acho que faz de sacanagem”, diz outro morador. Nenhum entrevistado quis se identificar.
Comandante do Policiamento Metropolitano em Campo Grande, o coronel Francisco Ovelar afirma que a PM (Polícia Militar) faz rondas, operação na região e que, de vez em quando, a cavalaria vai ao local. Segundo ele, os moradores reclamam da concentração de adolescentes nas calçadas e já classificam o local como boca de fumo.
Conforme o coronel, a orientação é que acionem a Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico), responsável por investigar o tráfico de drogas. “Era um bairro problemático, mas não temos quase registros lá”, diz.