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Capital

Travessura da internet coloca castelo encantado em muralha de presídio

Aline dos Santos | 24/05/2016 10:17
Presídio ganha nome de castelo da Branca de Neve na internet. (Foto: Alcides Neto)
Presídio ganha nome de castelo da Branca de Neve na internet. (Foto: Alcides Neto)

Qual a relação entre o complexo penitenciário de Campo Grande e o colorido castelo da Branca de Neve? A lógica aponta para nenhuma, mas o Google Maps ensina os caminhos ao castelo e o localiza na rua Urupês, Jardim Noroeste.

Enquanto a construção do desenho infantil veio de inspiração do castelo de Segóvia, na Espanha, o castelo campo-grandense é um muro com guarita vazia e ladeado por rua de terra. Nos sites de vendas de imóveis no bairro, o tal castelo da Branca de Neve é citado como café na lista de serviços disponíveis na região.

No entanto, até quem mora há mais de uma década na rua Urupês nunca ouviu falar em comércio com esse nome. “Do tempo que moro aqui, não tem isso não”, afirma Anderson Aparecido da Silva, 35 anos, que há 15 anos mora no bairro.

“Como assim?”, questiona Bianca Pereira, 21 anos, ao ser informada de que o muro do presídio aparece na internet com nome de castelo de princesa. “Moro aqui há três meses e não ouvi falar”, diz.

Ela conta que esses 90 dias foram suficientes apenas para ouvir falar de assombração. O fantasma seria de um policial morto na guarita.

Travessura - A situação indica que associar o presídio a castelo foi travessura de internet. A possibilidade é aberta porque o cadastro é gratuito e a identificação de incongruências também depende da colaboração dos usuários.

De acordo com o diretor de tecnologia do grupo WTW, Kenneth Coelho Côrrea, o Google Maps utilizou várias bases de dados de empresas e da antiga lista telefônica. “Abasteceu essa base de dados, que chama de negócios locais. Mas qualquer pessoa pode fazer um cadastro gratuitamente. E tem as brincadeiras que a galera faz. Mas as contribuições dos serviços são maiores do que as perversões”, diz.

Ele salienta que o serviço não é um cartório e que pode ter inconsistências. Por exemplo, se um estabelecimento funciona numa avenida, no número 37, alguém pode cadastrá-lo como número 38. O Google manda correspondência para o endereço registrado e caso alguém valide o código, passa a ser “real” na internet que o local está localizado no número 38.

As falhas são corrigidas com alertas dos usuários, pelo mecanismo de reportar erro. “Se o presídio não é o castelo da Branca de Neve, você reporta que esse lugar não existe. Se determinada quantidade de usuários reportar a informação como falsa, será verificada”, afirma Kenneth.

Google Maps mostra localização do castelo em Campo Grande. (Foto: Reprodução)
Google Maps mostra localização do castelo em Campo Grande. (Foto: Reprodução)
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