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Capital

Trecho aberto para virar avenida se transforma em lixão no bairro Tijuca

Marta Ferreira | 01/06/2011 12:23

Já aconteceu em outras obras de grande porte em Campo Grande e está acontecendo de novo, com a implantação de uma nova via ligando a avenida Duque de Caxias ao Anel Viário. Um trecho da obra que foi aberto, mas ainda não recebeu as intervenções, foi transformado em lixão, no bairro Tijuca.

No local, em uma faixa de cerca de 500 metros, a reportagem do Campo Grande News encontrou lixo doméstico, entulho, móveis usados e até restos de produtos usados na construção civil. “Jogam até cachorro morto”, contou um morador da região que estava no local. Ele negou que estivesse ali para jogar lixo.

De acordo com ele, o lixo começou a ser jogado ali assim que as máquinas retiraram a vegetação para a futura transformação do trecho em rua. É possível ver no local até restos de pneus queimados.

Morador na vizinhança do novo lixão, José Silvestre Filho, 59 anos, rapidamente encontrou ali mais um ponto para coleta materiais recicláveis. Ele vive da catação papelão, plástico e fios metálicos, que depois revende a empresas especializadas em reciclar esses materiais.

O que é para ser trecho de nova avenida, por enquanto se transformou em lixão. (Foto: Pedro Peralta)
O que é para ser trecho de nova avenida, por enquanto se transformou em lixão. (Foto: Pedro Peralta)
João Silvestre, de 59 anos, encontrou no lixão mais um local para recolher materiais recicláveis.
João Silvestre, de 59 anos, encontrou no lixão mais um local para recolher materiais recicláveis.

José Silvestre diz que com o trabalho consegue até 300 reais por mês. Com as mãos sujas da fuligem dos pneus queimados segurando fios de metal, o catador afirma ter optado por esse trabalho em razão de problemas na coluna. “ Não conseguia mais trabalhar todo dia.Aqui eu trabalho conforme consigo e dá para comprar comida, um gás”, conta.

Sobre a atitude dos vizinhos de jogar lixo em um local destinado a uma obra em tese voltada à melhoria da região, José Silvestre, reprova, mas também faz uma crítica ao Poder Público. “É culpa das pessoas, que não querem ir mais longe para jogar o lixo no lugar certo e jogam aqui. Mas também é culpa da prefeitura, que não fiscaliza e demora para fazer o serviço”.

Dificuldade- O secretário de Obras do Município, João Antônio de Marco, afirmou ao Campo Grande News que a prefeitura enfrentou problemas desse tipo em outras, como as que foram feitos ao longo do córrego Cabaça e do Imbirussu.

“Tivemos de limpar quando as obras chegaram nos pontos onde foram formados lixões”.

O secretário afirma que o único caminho para coibir esse tipo de atitude é punir os responsáveis, mas nestes casos, o flagrante é muito complicado.

“Eu acredito que todo mundo sabe o que é certo e errado e, por isso, a punição acaba sendo o único jeito de mudar as atitudes”.

Indagado sobre a existência desse lixão, o prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho, classificou a situação de “lastimável”.

Na visão do prefeito, falta, neste caso, o compromisso de cada morador de contribuir para manter a cidade limpa. “Cada um tem que fazer a sua parte”, cobrou.

O secretário de Obras explicou que, quando os trabalhos atingirem o trecho onde está o lixão, próximo à avenida Panambi-Verá, a prefeitura terá de enviar equipes para fazer a limpeza, pois isso não está no contrato com a empreiteira responsável pela obra.

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