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Veja como tratar vírus respiratório que aterroriza bebês nesta época do ano

Período de maior circulação do VSC chama atenção para prevenção de infecções respiratórias em pequenos com até 2 anos.

Anahi Gurgel e Yarima Mecchi | 26/04/2017 06:33
Bronquiolite e pneumonia são principais doenças causadas pelo VSR, que pode colocar em risco saúde de bebês (Foto: Alcides Neto)
Bronquiolite e pneumonia são principais doenças causadas pelo VSR, que pode colocar em risco saúde de bebês (Foto: Alcides Neto)

Cinco crianças com até 4 anos de idade estão internadas em hospitais de Campo Grande com diagnóstico de VSR (Vírus Sincicial Respiratório), uma das principais causas de infecções das vias respiratórias e pulmonares em recém-nascidos e crianças pequenas, segundo especialistas. 

No Hospital Regional, um menino de 3 anos deu entrada no CTI (Centro de Tratamento Intensivo) pediátrico da unidade, em estado grave, no dia 29 de março. Ele apresentava febre, dores no corpo, dor de ouvido, vômito, coriza e perda de apetite. De acordo com informações da diretoria da instituição, o paciente teve alta do CTI nesta terça-feira (25) e já está no setor da pediatria.

Uma menina de 4 anos, na mesma unidade, foi internada no dia 31 com diagnóstico confirmado do vírus. Apesar de chegar com sintomas de febre, tosse, dificuldade para respirar e vômito, ela não foi internada no CTI e está com quadro clínico estável. 

Não há previsão de alta para as duas crianças. Na instituição, esses foram os primeiros casos da doença registrados em 2017.

No Hospital Universitário, uma bebê de 18 dias também está internada com o VSR. Ela nasceu na maternidade da instituição com bastante saúde mas, dias depois, retornou apresentando problemas respiratórios. “A suspeita é que ela tenha adquirido do irmão, que tem cerca de 2 anos e estava doente”, informa a assessoria de imprensa.

“Nos primeiros dias, foi preciso fazer uso da ventilação mecânica na criança. Ela continua entubada, na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Neonatal, mas teve melhora em seu quadro de saúde. Como a bebê não nasceu prematura, vem apresentando resposta positiva ao tratamento”, informou a fonte oficial. Também foi o primeiro caso registrado em 2017 no hospital. 

Outros dois casos de VSR foram confirmados na Santa Casa de Campo Grande. Um menino de um ano com histórico de cardiopatia, e uma menina de apenas 17 dias. Ambos estão internados no CTI

Cuidados a grupos de risco - O vírus sincicial é um dos principais causadores de doenças respiratórias em bebês prematuros, especialmente os que nascem antes de a gestação completar 29 semanas, e crianças com até 2 anos.

Nessa faixa etária, os pacientes estão mais susceptíveis a desenvolver complicações sérias como bronquiolite e pneumonia, por causa da imaturidade do sistema imunológico e respiratório. 

"Os sintomas de infecção começam entre o segundo e o oitavo dia do contágio. O problema é mais comum no fim do outono e durante o inverno, ou seja, entre os meses de março e julho, período de maior sazonalidade da doença", explica a médica infectologista Priscila Alexandrino. 

Seus principais sintomas variam entre congestão nasal, garganta irritada, dificuldade respiratória, tosse e febre, sendo que em alguns casos os bebês infectados podem ter dificuldades de mamar ou engolir alimentos.

“Em crianças acima de 2 anos ou adultos saudáveis, a infecção por VSR pode ser confundida com um simples resfriado. Por isso é importante o diagnóstico, feito por meio de exames laboratoriais, com coleta SWAB para análise, avaliação até o resultado e, quando positivo, inicia o tratamento com Oseltamiver, um fármaco antiviral", esclarece.

vírus é transmitido de uma criança infectada pelas secreções do nariz ou da boca, por contato direto, ou gotículas. 

Criança sendo vacinada contra o vírus influenza, durante Campanha de Imunização em Campo Grande. Não há vacina contra o VSC. (Foto: Alcides Neto)
Criança sendo vacinada contra o vírus influenza, durante Campanha de Imunização em Campo Grande. Não há vacina contra o VSC. (Foto: Alcides Neto)

Prevenção à doença - Não existe vacina contra o VSR, como acontece contra o vírus influenza, por exemplo, cuja campanha de imunização acontece até o dia 26 de maio. A palivizumabe é uma medicação utilizada na prevenção da infecção causada pelo vírus. Ela é fornecida gratuitamente pelo Ministério da Saúde aos estados e distribuída aos municípios.

Conforme informa a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), por meio da assessoria de imprensa, a medicação é aplicada principalmente entre os meses de maior circulação do vírus, entre fevereiro e julho, em crianças com os chamados 'critérios elegíveis', como prematuros com menos de 28 semanas, crianças com doença pulmonar obstrutiva crônica e crianças cardiopatas com até 2 anos de idade.

A medicação tem validade de 30 dias após a aplicação no organismo. "Para a aplicação, o pediatra ou especialista que acompanha o caso deve receitar a medicação e atestar a necessidade por meio de laudo médico. Pais e responsáveis devem apresentar documentos pessoas, além da receita, o laudo, o Cartão SUS (Sistema Único de Saúde) e a Certidão de Nascimento da criança", informou.

O uso da palivizumabe tem o objetivo de prevenir as doenças graves provocadas pelo vírus, além de reduzir a taxa de hospitalização e o número de dias com necessidade aumentada de oxigênio. 

Em fevereiro de 2017 foram atendidas 87 crianças com os critérios elegíveis. Os dados de março deste ano ainda estão em processo de tabulação, conforme a Sesau.

As crianças internadas podem receber as doses nas unidades hospitalares. As aplicações em crianças que não estão internadas podem ser feitas no CEI (Centro de Especialidades Infantis), localizado na Avenida Manoel da Costa Lima, 3272. O horário de atendimento é às terças-feiras, a partir das 7h, com entrega de senha e ordem de chegada.

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