ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 32º

Capital

Volta às aulas tem poucos alunos, mas pais seguros sobre o retorno

Campo Grande News esteve em duas escolas e percebeu uma volta tímida, de poucas crianças, abaixo dos 30% estabelecido em decreto

Paula Maciulevicius Brasil e Bruna Marques | 21/09/2020 08:18
Pequeno Davi Luiz se despedindo da mãe Grizângela, esfregando as mãozinhas com álcool em gel. (Foto: Henrique Kawaminami)
Pequeno Davi Luiz se despedindo da mãe Grizângela, esfregando as mãozinhas com álcool em gel. (Foto: Henrique Kawaminami)

Os pezinhos de Davi Luiz, de 4 anos, pisavam no tapete sanitizante à medida em que a mãe, a engenheira Grizângela Coelho, de 41 anos, passava a ordem do check-list para entrar na escola. Depois de seis meses em casa, por conta da pandemia, foi o primeiro dia de aula no "novo normal".

O Campo Grande News esteve em duas escolas e percebeu uma volta bem tímida, de poucas crianças, abaixo do limite de 30% estabelecido em decreto, mas de pais confiantes  num retorno "seguro".

João Pedro chegando à escola, limpando as mãozinhas com álcool em gel. (Foto: Henrique Kawaminami)
João Pedro chegando à escola, limpando as mãozinhas com álcool em gel. (Foto: Henrique Kawaminami)
Pés passam por tapetinho sanitizante. (Foto: Henrique Kawaminami)
Pés passam por tapetinho sanitizante. (Foto: Henrique Kawaminami)

"Agora dá a mãozinha para o rapaz, as duas, igual na TV, esfrega", dizia a mãe. Grizângela fala que a decisão de levar Davi à escola foi pela segurança que sentiu nas medidas adotadas. "A escola passou bastante segurança para a gente, além de termos o número limitado de alunos", explica.

Apesar de ainda estarmos na pandemia, a mãe acredita que vai dar tudo certo. "Continuamos preocupados, porque esse vírus está por todos os lugares, mas estamos confiantes".

A escola onde Davi Luiz estuda é a Paulo Freire, localizada no Bairro Chácara Cachoeira, em Campo Grande. Dos 250 alunos de Educação Infantil, dos 3 aos 6 anos, a direção informou que reabre as portas seguindo o decreto, com 30% da capacidade máxima. "É um novo recomeço, mas estamos preparados", afirma a diretora pedagógica Adelina Maria Spengler.

Aviso lembrando do uso de álcool em gel está em todas as portas na Escola Paulo Freire. (Foto: Henrique Kawaminami)
Aviso lembrando do uso de álcool em gel está em todas as portas na Escola Paulo Freire. (Foto: Henrique Kawaminami)
Cada criança senta com distância de 1,5m do coleguinha e tem próprio material que é higienizado após o uso. (Foto: Henrique Kawaminami)
Cada criança senta com distância de 1,5m do coleguinha e tem próprio material que é higienizado após o uso. (Foto: Henrique Kawaminami)

Agora os pais não adentram mais à escola e deixam os filhos no portão, onde duas técnicas em Enfermagem aferem a temperatura, passam o álcool em gel e recomendam como usar o tapetinho sanetizante.

Dentre a limitação estabelecida em decreto, na Escola Paulo Freire, por exemplo, só 20% dos pais aderiram a este retorno. "Antes eram 18 crianças, agora são só seis por sala, em oito salas. De manhã, são 20 crianças e à tarde, 48", enumera Adelina.

Critérios - As vagas da Educação Infantil seguiram a ordem de procura dos pais, que foram até a escola para assinar o termo de consentimento. Este documento é onde os pais se comprometem a seguir todas as regras de biossegurança.

Grizângela foi uma das mães que sentiu confiança na volta às aulas. (Foto: Henrique Kawaminami)
Grizângela foi uma das mães que sentiu confiança na volta às aulas. (Foto: Henrique Kawaminami)

Segundo informou a direção, os técnicos em Enfermagem vão ficar nas dependências da escola até que não precise mais aferir temperatura e usar o álcool em gel, ou seja, por tempo indeterminado.

Dentro das salas, as crianças não vão mais sentar uma em frente da outra, e sim lado a lado, mas respeitando a distância de 1,5m. Os materiais também serão de uso individual que são higienizados depois das aulas e guardados para aquele aluno específico.

Os lanches devem ser embalados pelos pais e guardados na lancheira e apenas o aluno pode manusear. O mesmo vale para as garrafinhas de água, que já vem prontinhas de casa.

No parque, onde antes as crianças brincavam juntas, será permitida somente uma turma de cada vez, e sempre higienizando todos os brinquedos após o uso.

"Para as crianças é mais difícil manter o isolamento social, mas eles entendem que agora não é o momento de abraçar o amigo. É um desafio muito difícil, mas vamos tentar, pois estamos bastante preparados e as nossa expectativas são as melhores para dar certo", resume a diretora.

Advogado, Thiago do Nascimento Valente, de 39 anos, deixava o filho João Pedro, de 5, na escola nesta manhã, acreditando que tudo é questão de adaptação. "Existe sim uma certa apreensão, mas nós temos fé de que tudo vai dar certo, as atitudes e medidas da escola nos dão uma certa tranquilidade. Por mais que seja uma pandemia, mantendo higienização, tudo vai dar certo".

Na Maple Bear, mochila também é higienizada. (Foto: Henrique Kawaminami)
Na Maple Bear, mochila também é higienizada. (Foto: Henrique Kawaminami)

Na Escola Maple Bear, os funcionários chegam, passam por higienização, se trocam para então começar o expediente. A escola que atendia 160 alunos antes da pandemia, agora vai trabalhar com 30 crianças pela manhã e 40 à tarde.

Além de aferir temperatura na entrada e passar álcool em gel, a mochila dos pequenos também será higienizada. Os alunos que estudam ali tem entre 2 e 5 anos e serão divididos em seis por sala. Os sapatinhos devem ficar do lado de fora e o lanche agora vem da cozinha fechadinho, cada criança com uma vasilha específica. O intervalo também será escalonado.

No colo da mãe Cláudia, Gael chega para o primeiro dia de aula. (Foto: Henrique Kawaminami)
No colo da mãe Cláudia, Gael chega para o primeiro dia de aula. (Foto: Henrique Kawaminami)

"Controlar uma criança é muito mais fácil do que controlar um adulto. As crianças entendem. O nosso maior desafio é tornar essa volta às aulas em algo lúdico e divertido. Não podemos tornar um terror para essas crianças, temos que fazer com que elas tenham segurança, porém sem que fiquem com medo da escola", ressalta o diretor administrativo Rafaat Toumani.

Médica, Cláudia Farias, de 35 anos, estava deixando o filho pela primeira vez na escola. Gael tem 2 anos e meio e foi matriculado um pouco antes da pandemia. Quando as portas se fecharam, a mãe tirou ele da escola, mas a matrícula foi refeita depois do decreto que liberava a reabertura.

"A escola não é fator determinante para o contágio, todo mundo está vivendo em outros meios, e a escola me tranquilizou bastante em relação à biossegurança", opina.

Assim como a entrada, a saída dos alunos também será escalonada com intervalo entre um horário e outro a fim de evitar aglomeração.

Nos siga no Google Notícias