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Cidades

Com 18 mil na fila por exames, Saúde fará mutirão para pôr fim a via-crúcis

Viviane Oliveira e Filipe Prado | 28/03/2014 07:00
Com os filhos queimando em febre, Josiane teve que procurar outro posto de saúde, pois no Guanadi não tinha pediatra. (Foto: Marcos Ermínio)
Com os filhos queimando em febre, Josiane teve que procurar outro posto de saúde, pois no Guanadi não tinha pediatra. (Foto: Marcos Ermínio)

Na fila de espera, 18 mil campo-grandenses, que dependem dos postos de saúde de Campo Grande, continuam enfrentando dificuldade para conseguir atendimento nas redes municipais. Isso porque faltam médicos, desde pediatras a clínico geral.

Na manhã de ontem, a estudante Joseane Ribeiro, 30 anos, estava preocupada com os dois filhos gêmeos de 2 anos, que estavam queimando em febre. Ela mora no Caiobá e foi de ônibus até o posto de saúde do bairro Guanandi procurar atendimento, mas no local não havia pediatra.

Junto com a mãe, Nelci Mohr, 55, Joseane tentava confirmar com o Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência), onde teria pediatra. “Vim cedo porque estou preocupada com as crianças, mas não adiantou muita coisa”, reclama a mulher, que aguardava a resposta em frente à unidade de saúde.

Um pouco mais de sorte teve o auxiliar de rampa Wagner Coelho, 31 anos, que aguardava a mãe, 70 anos, ser atendida na unidade. A idosa precisava passar por atendimento para conseguir encaminhamento para um especialista. “Eu já cheguei a esperar 8h por uma consulta”, diz.

Wagner reclama apenas da demora no atendimento e afirma que todas as vezes que precisou teve o caso solucionado. “Os profissionais são capacitados, o que tira a paciência de qualquer um é a demora em atender”, reclama.

Depois de procurar duas unidades na região do Aero Rancho e não conseguir atendimento, a vendedora Armanda Passos, 22, tentava uma consulta de emergência no posto de saúde do Guanandi. “Sofri um acidente de bicicleta há duas semanas, no dia fiz vários exames e nada foi detectado. Agora as dores começaram a aparecer”, lamenta.

Armanda já tinha passado por dois postos e não tinha conseguido atendimento. (Foto: Marcos Ermínio)
Armanda já tinha passado por dois postos e não tinha conseguido atendimento. (Foto: Marcos Ermínio)

Mutirão - De acordo com o secretário municipal de Saúde de Campo Grande, Jamal Salém, 18 mil pacientes esperam para conseguir um exame de raio-x nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento). "Eles tem a previsão de conseguir o exame somente daqui há 10 meses", relatou.

Ele afirmou que um mutirão será feito para normalizar a situação dos pacientes. "Hoje (28) nós sentaremos e discutiremos como será e quando irá começar este mutirão", contou o secretário. Ele afirmou que serão feitos exames do coração, tomografias, ressonância magnética e outras especialidades.

"Hoje nós trabalhamos com três frente. O Samu, a falta de médicos nos postos de saúde e a reposição de medicamentos", completou o Jamal.

O secretário da Sesau relatou que dos 134 que passaram no processo de seleção, somente 84 assumiram a vaga. "Nós iremos fazer um concurso para normalizar a situação, pois não podemos falhar na área médica", comentou.

Ele ainda disse que pretende contratar mais cinco médicos clínicos gerais e cinco pediatras para cada uma das unidades 24 horas.

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