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Cidades

Com mão de obra escassa, carvoarias planejam contratação de 5 mil funcionários

Anny Malagolini | 12/08/2011 09:20

Mercado registra aquecimento por conta das obras da Copa do Mundo de 2014

Com a regularização de carvoarias e crescimento do setor siderúrgico, mão de obra ficou escassa. (Foto: PMA/Arquivo)
Com a regularização de carvoarias e crescimento do setor siderúrgico, mão de obra ficou escassa. (Foto: PMA/Arquivo)

As unidades de produção de carvão de Mato Grosso do Sul iniciam em, no máximo 90 dias, recrutamento de cinco mil funcionários para contratação imediata como forma de não comprometer a indústria siderúrgica. O mercado da construção, aquecido por causa das obras da Copa de 2014, está obrigando as siderúrgicas a dobrarem a produção de aço, aumentando assim a demanda pelo carvão vegetal, insumo do ferro.

Há em Mato Grosso do Sul cerca de 100 unidades carvoeiras legalizadas, com 12 mil trabalhadores. A maior concentração delas é nos municípios de Aquiadauana e Ribas do Rio Pardo.

Em 2008 o setor sofreu um grande revés, decorrente a crise imobiliária que tomou conta dos EUA, que diminui suas construções e o uso de ferro e aço, por sua vez afetando o Brasil, reduzindo em 70% sua produção.

Foi preciso demitir funcionários e o setor carvoeiro sofreu um grande déficit, os trabalhadores tiveram que migrar para outros setores, como (plantios de eucaliptos), usinas sucroalcoleiras ((plantios e colheitas de cana manual), obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e construção civil.

De acordo com o presidente do Sindicarv (Sindicato das Indústrias e dos Produtores de Carvão Vegetal de Mato Grosso do Sul), Marcos Brito, a crise em 2008 gerou um apagão de mão de obra no Estado, mas agora, o Sindicato, juntamente com o Ministério do Trabalho e Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), estão em busca de uma forma de atrair esses trabalhadores.

Para falar sobre o setor em MS, o presidente do Sindicato deu exemplos do setor de cana de açúcar no estado de São Paulo, que está em transição de mecanização de seus equipamentos, ou seja, substituindo seus funcionários por máquinas. A mudança resulta em cerca de 30 mil funcionários desempregados.

Outro exemplo usado é do Maranhão, prossegue Brito, que também terá que diminuir seu efetivo por conta da baixa do dólar. Já Mato Grosso do Sul não exporta seu material produzido, utilizado apenas para consumo interno e para o estado de Minas Gerais. Passados três anos, com o mercado aquecido novamente, não há mão de obra suficiente para atender a demanda.

Atualmente MS produz 130 mil metros de carvão por mês. O recorde foi em 2005, quando produziam 300 metros/mensais. Apenas quatro de seis fornos estão ativados, por conta da falta de trabalhadores.

O piso do salarial de um carvoeiro é de 560 reais e pode chegar a R$ 3 mil, dependendo da produtividade e função. Como saída, serão promovidos cursos profissionalizantes para capacitar novos profissionais, que estão migrando para o setor carvoeiro.

Para reverter a escassez de mão de obra, uma Unidade de Produção de Carvão - ESCOLA deve ser criada para desenvolver cursos e treinamentos para preparar e qualificar novos trabalhadores que, geralmente, vêm de outras atividades profissionais, para que a mão de obra de carvoeira deixe de ser rústica.

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