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Cidades

Controlar fronteiras de Paraguai e Bolívia é prioridade, diz general brasileiro

Vladimir Platonow, da Agência Brasil | 03/11/2011 22:30

As maiores preocupações do governo brasileiro na segurança fronteiriça são os limites com o Paraguai e a Bolívia, por onde entram os principais carregamentos de drogas e armas. A avaliação é do chefe de Inteligência Estratégica do Ministério da Defesa, general Francisco Carlos Modesto, que participou hoje (3) da abertura da 7ª Conferência de Segurança Internacional do Forte de Copacabana.

“Essas são as áreas prioritárias para ocupação e deslocamento de meios tecnológicos. Na fronteira com o Paraguai temos cerca de 1,5 mil homens e na fronteira com a Bolívia, o equivalente a isso. Temos que multiplicar esse poder de combate com meios tecnológicos como aviões, helicópteros, embarcações e viaturas”, disse o militar.

Para o general, os limites do país vão estar melhor cuidados quando for implementado o Sistema de Monitoramento das Fronteiras (Sisfron), que está em fase de projeto final, mas ainda sem custo quantificado. “Esse sistema vai permitir que possamos conseguir, com equipamentos, satélites e radares, monitorar a fronteira.”

Atualmente as Forças Armadas têm 25 mil homens só na Amazônia. Segundo o general, seriam necessários pelo menos 32 mil soldados para garantir reforço na segurança fronteiriça. “Só que isso demanda tempo, com transferências e criação de novas unidades.”

Outro participante da conferência, o deputado federal e delegado federal licenciado Fernando Francischini (PSDB-PR), também apontou as fronteiras com Paraguai e Bolívia como os principais portões de entrada de armas e drogas, além de porta de saída para carros roubados. “De 70% a 80% das drogas que entram no Brasil chegam por ali. O Paraguai infelizmente continua um território próspero de corrupção, e ali o narcotráfico domina. E a cocaína boliviana é a que inunda o nosso país, trocada por carros roubados que lá são regularizados”, disse Franceschini.

Para tentar um maior controle sobre essas fronteiras, o general Modesto destacou o uso de novas tecnologias, incluindo veículos aéreos não tripulados (Vants). Atualmente dois desses equipamentos estão sendo testados pelo governo brasileiro para capacitação de pessoal. Um está sendo usado pela Polícia Federal (PF) e outro pela Aeronáutica.

Os Vants podem voar por 16 horas, a uma velocidade de 170 quilômetros por hora e a 6 mil metros de altura, o que dificulta sua visualização. Carregam câmeras de alta resolução, que repassam informações à equipe de terra, com poder de captar imagens em infravermelho, permitindo detectar pessoas no escuro ou escondidas sob árvores. “Ele foi usado em agosto na operação Ágata 1, na Cabeça do Cachorro, em Tabatinga (AM), com excepcional resultado. Foram destruídas três pistas clandestinas. Ele pode ficar mais tempo no ar, pois gasta menos combustível.”

Satisfeito com o resultado do Vant, o general espera que o país possa desenvolver tecnologia própria para fabricar a aeronave. “O mais importante é nos capacitarmos para fazermos o desenvolvimento de nossos Vants. Para isso, temos que adquirir capacidade tecnológica, investindo em educação. Tecnologias sensíveis nem sempre se transfere.”

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