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Cidades

Defesa recorre de decisão que mandou Beira-Mar a júri

Redação | 18/06/2008 22:37

A defesa do traficante carioca Luis Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, que está preso em Campo Grande, no presídio federal de segurança máxima, entrou com recurso contra a sentença do juiz Júlio Roberto Siqueira que mandou Beira-Mar a júri popular como mandante do assassinato do também traficante João Morel, ocorrido em 2001.

Considerado na época patriarca de uma família rival de Beira-Mar, Morel morreu aos 61 anos em uma cela da penitenciária de segurança máxima de Campo Grande, com golpes de faca artesanal, que teriam sido obra de uma encomenda do criminoso carioca, segundo a denúncia do MPE (Ministério Público Estadual) aceita pelo juiz.

A sentença de pronúncia, mandando Beira-Mar a júri, junto com outros dois homens, que eram detentos do presídio, saiu no dia 2 de junho. Ontem, foi anexado ao processo a petição da defesa do traficante, em que os advogados apresentam o recurso em sentido estrito contra a decisão do magistrado.

Esse tipo de recurso é usado para tentar fazer o magistrado mudar uma decisão já dada. Depois dessa instância, os advogados poderão ainda recorrer ao TJ (Tribunal de Justiça). Só depois que houve a análise da segunda instância é que o julgamento poderá ser marcado.

O caso - Pela sentença, Beira-Mar vai a júri com mais dois homens, Mauro Sérgio de Oliveira e Marcos Rogério de Lima, acusados de participação no assassinato, a mando do traficante, em troca de pagamento. Os três são acusados de homicídio doloso triplamente qualificado..

Conforme as investigações, três presos teriam entrado na cela de Morel para matá-lo, enquanto um quarto ficou de guarda à porta. Os outros três detentos teriam sido os intermediadores do crime junta Beira-Mar.

A decisão do juiz de mandar Beira-Mar a júri é sustentada pelo testemunho de um preso, que assistiu ao crime, e ouviu os homens que mataram Morel citar que era uma encomenda do traficante carioca, como parte de uma guerra pelo comando do tráfico travada entre o grupo de Beira-Mar e a família de Morel. No passado, os dois já haviam sido sócios, mas se tornaram inimigos.

Há ainda o relato de que o único homem já condenado pelo crime, Odair Moreira da Silva, fez comentários na cadeia revelando que o crime era uma encomenda de Beira-Mar e que logo após a morte ele próprio ligou para Luis Fernando da Costa para dizer que o crime estava consumado.

Odair pegou 16 anos de prisão. Durante todo o processo, alegou que cometeu o crime sozinho e negou a ligação de Beira-Mar, mas, conforme declaração atribuída a Odair na sentença de pronúncia, ele disse na prisão que o contato entre Beira-Mar e os homens que consumaram o crime foi feito pelo preso Luis Marcos da Silva Santos, conhecido como Francês, que morreu assassinado. Francês era tido um dos líderes da Máxima quando pena na cadeia e chegou a liderar mobilizações dos presos.

Outros dois réus no processo morreram, Welverlon Santi Lopes Ferreira, que foi assassinado, e José Evanilson Melo da Silva, morto em uma prisão de São Paulo. Welverlon foi assassinado em Campo Grande. As mortes de Luis Marcos dos Santos foram próximas. Welverlon sofreu duas tentativas de assassinato e na segunda não resistiu aos ferimentos a tiro.

O oitavo réu no caso é Luiz Carlos da Silva, que também seria intermediador da comenda, e cujo processo corre em separado porque ele não foi localizado pela Justiça.

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