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Cidades

Deputado cobra fim de tapumes "sem lógica" na rodoviária

Redação | 18/02/2010 10:14

A finalidade dos tapumes colocados em torno da antiga rodoviária de Campo Grande foi questionada durante a sessão de hoje da Assembleia Legislativa. Sem qualquer obra prevista para o local, os comerciantes reclamam que foram "escondidos" do público.

O deputado Paulo Duarte (PT) diz que pretende acionar até o Ministério Público Estadual para descobrir quem é o responsável pelo fechamento e os motivos. "Qual a função dos tapumes", questiona.

Na avaliação dele, não existe lógica em cercar o prédio com tapumes, já que a prefeitura nem sequer sabe que destino dará ao local.

Segundo ele, em conversa com comerciantes da antiga rodoviária, descobriu histórias de "desesperar". "Um casal que trabalha há 20 anos no local, ontem vendeu só uma coxinha e um refrigerante", conta.

Os tapumes só agravam uma situação de abandono diante da desativação do terminal, argumenta o deputado.

A imprensa já noticiou que o local foi parcialmente fechado por tapumes pela Agência Municipal de Regulação dos Serviços Delegados, logo depois da desativação, à zero hora do dia 1º de fevereiro.

A justificativa foi impedir a invasão do prédio e preservar o patrimônio público.

Durante a sessão de hoje, o petista também reclamou da estrutura do posto policial da área. "Ali, naquela região de criminalidade, os policiais têm de fazer ronda a pé, perseguir traficante a pé, porque não têm viatura", protesta.

Em defesa da prefeitura, o líder do governo na Assembleia, deputado Youssif Domingos (PMDB) lembrou que a rodoviária antiga tem área que é privada, que pertence ao condomínio de 296 lojas.

O peemedebista garante que esse é o maior problema para solução sobre o destino do prédio desativado.

Segundo Youssif, quando em 2007 a prefeitura começou a falar sobre a construção de uma nova rodoviária, ele solicitou que os comerciantes da antiga tivessem prioridade na aquisição de espaços na nova sede.

"Mas fui convencido de que a legislação não permite esse tipo de privilégio". Depois, segundo o deputado, a mesma solicitação foi feita a Socicam, empresa que explora o novo terminal, mas sem sucesso.

Os tapumes fecharam a rodoviária, mas deixaram livre o acesso ao Condomínio Centro-Oeste, que conta com 236 lojas, a maior parte desocupada.

A área ficará cercada até início das obras para adaptar o local à nova finalidade, avisa a prefeitura que ainda não sabe o que fazer com a estrutura.

Ambulante - "De comerciante passei a ambulante", reclama o dono de uma lanchonete na antiga estação rodoviária, Tiago Rodrigues Fernandes Souza, 26 anos.

Ele afirma que o tapume colocado no entorno do prédio obrigou que ele saísse às ruas para vender os produtos da lanchonete.

No entanto, os ambulantes também são alvo de fiscalizações e não podem atuar no local, segundo Souza. "Esse tapume é um transtorno. Nos matou", diz.

Ele afirma que a falta de informação tanto sobre o tapume quanto em relação ao destino dos comerciantes dificultam o trabalho no local.

"Até hoje não entendo por que. Se disserem que foi por causa de mendigo não foi porque nada mudou", completa Souza.

O ambulante João Pedro da Silva, 56 anos, também sofre com o problema, que não tem prazo para ser solucionado.

"Não falam o motivo deste tapume. Uns dizem que é para não entrar ônibus e vans que não entram na nova rodoviária", reclama Silva, que estava há 21 anos na rodoviária velha. Com o terminal em atividade, ele chegava a vender até seis relógios por dia.

"Atualmente, não passa de três por semana", lamenta. Ele acredita que, se pelo menos o cercado fosse retirado, poderia melhorar o comércio no local.

"Este tapume é um constrangimento. Foi como bater na cara de todos nós.

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