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Empregos

Com servidores parados, pesquisas do IBGE ficam comprometidas

Luciana Brazil | 03/07/2014 13:36

Parados há mais de um mês, servidores do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) seguem em greve em todo país. Além dos contratados, funcionários temporários, responsáveis pelo trabalho a campo, também cruzaram os braços. Com isso, todas as pesquisas desenvolvidas pelo Instituto ficaram comprometidas. Desde ontem (2), representantes dos sindicados estaduais se concentram em Brasília (DF) para forçar uma negociação com Ministério do Planejamento. Das 11 agências no Estado, sete estão totalmente paradas. Pelo menos 80% dos funcionários em Mato Grosso do Sul aderiram à greve.

Sem os serviços desenvolvidos pelo órgão, os reflexos não tardarão a aparecer, acreditam os servidores. “Por exemplo, todas as informações utilizadas pelo Copom (Comitê de Política Monetária) são fornecidas pelo IBGE. Com esses dados, o Comitê traduz isso nos índices para definir as taxas, como a Selic. Essa paralisação influencia de maneira geral”, disse a integrante do sindicato Ana Cristina Rabelo.

O Sindicato dos Servidores do IBGE frisa que o mote da greve é o sucateamento da instituição, além das condições precárias dos trabalhadores temporários. Conforme os sindicalistas, estes servidores não são contratados não possuem nem um tipo de seguro. Estes temporários, responsáveis por pesquisas periódicas, podem permanecer por três anos no órgão. “Quando termina esse período, eles saem sem nada. Não têm direito a nada”, disse Ana Cristina.

De acordo com o presidente do sindicato, Wilson Douglas de Queiroz Blini, o órgão não tem condições de executar seu plano de trabalho por falta de orçamento e pessoal, há anos o IBGE vem contratando funcionários temporários. “Esse pessoal temporário é explorado, ganha pouco mais de um salário mínimo e executam a mesma tarefa que um servidor”, denuncia.

Conforme o sindicato, até o momento o Ministério não mostrou intenção de negociar. Em 2012, quando os servidores fizeram greve, houve acordo para o pagamento de reajuste, firmado em três parcelas. A última será paga em 2015. Por isso, a pasta diz que há um acordo vigente e não pretende sentar à mesa de negociações.

Entretanto, os servidores alegam que o salário não é a questão principal no momento e apontam a falta de pessoal como um dos grandes problemas. Os concursos feitos pelo órgão em 2010 e 2014, não preenchem, nem se quer, as vagas dos funcionários que estão se aposentando”, afirmou Ana Cristina.

O Sindicado acredita que a partir deste mês, a falta de pesquisa começará a refletir de forma mais severa.

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