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Empregos

O trabalho dos "sonhos" pode variar, mas o desejo comum é tranquilidade

Marta Ferreira | 01/05/2014 10:49
Rosimeire procurou, na venda de espetinhos, o trabalho dos sonhos. (Foto: Cleber Gellio)
Rosimeire procurou, na venda de espetinhos, o trabalho dos sonhos. (Foto: Cleber Gellio)

No dia que foi criado em sua homenagem, ao ser indagado sobre o que seria a ocupação “dos sonhos”, o trabalhador responde de forma variada, mas uma ideia comum está nas respostas: o sonho da “tranquilidade” no campo profissional, que pode vir tanto do trabalho formal, como por exemplo o emprego público, quanto de uma atividade informal, em que ele mesmo faça seu horário e suas regras.

Aposentada pelo serviço público na área da educação, Neuza Laurinda Gomes, 63 anos, não se arrepende de ter trilhado esse caminho profissional, afinal seu maior medo sempre foi ficar desempregada.

“Eu sempre pensei na estabilidade, porque se você não é funcionário público você sempre corre o risco de ser mandado embora. De repente, a empresa decide fazer um corte e demite as pessoas, sem dar satisfação”, avalia. Para o esposo de Neuza, a pior das hipóteses sempre foi ter um emprego formal.

Yakule Yassim, 68 anos, sempre foi vendedor autônomo e hoje vende roupas no Camelódromo. As opiniões são variadas, mas fazer o próprio horário e ganhar mais estão no topo da lista de desejo daqueles que se decidiram pela informalidade. São esses os motivos que levaram a manicure Rosemeire Ribeiro da Silva, 32 anos, a abandonar de vez o trabalho formal. Ela conta que hoje trabalha bem mais, no entanto está feliz. Rosemeire também vende espetinho na frente de casa, no Jardim Los Angeles. Há um ano, ela deixou de trabalhar em uma empresa de transporte de valores, na qual ganhava pouco mais que um salário comercial. Hoje, ela fatura aproximadamente R$ 1.500 e consegue pagar as faturas que realizaram o sonho da casa própria.

“A convivência com as pessoas também era terrível nos empregos que tive. É muito melhor trabalhar por conta”, reclama. Ganhar mais nem sempre é o principal desejo das pessoas, mas sim ter qualidade de vida, ou seja, ter tempo para família e fazer o que se gosta. É o caso do Laudelino Gonçalves, 65 anos, que, há 28 anos, trabalha como vendedor autônomo e dessa forma sustentou os nove filhos. “Uma coisa muito importante para mim é não ter patrão. Eu sou feliz assim e ganho mais do que se estivesse empregado”, contou o vendedor de roupas que trabalha, há 15 anos, no Camelódromo.

Sem carteira - Ser autônomo pode ser vantajoso para muitos, mas é preciso se preocupar com o futuro, ou seja, com o tempo em que as possíveis limitações da idade, problemas de saúde ou acidentes venham prejudicar o trabalho. Por isso, aqueles que não trabalham com carteira assinada devem contribuir com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Em todos os casos, para se aposentar, os homens devem contribuir pelo período de 35 anos e as mulheres, durante 30 anos.

De acordo com a advogada especialista em previdência social, Glaucekerlen Godoi, os autônomos que ganham mais que um salário mínimo devem contribuir com 20% sobre a renda, todos os meses. Os que ganham menos de um salário mínimo têm a taxa reduzida para 11%. Então, quando completarem 15 anos de contribuição precisam pedir a aposentadoria. Segundo a advogada, dentre as pessoas que não têm emprego formal, poucas se interessam em contribuir. “Em geral, as pessoas mais simples não têm noção de como funciona a previdência e buscam o INSS apenas quando chega a idade”, diz ela.

História - No Brasil e em diversos outros países, o dia 1º de maio é um marco das lutas trabalhistas, em especial pela redução da jornada de trabalho. O movimento grevista iniciado nos Estados Unidos, em 1886, foi aderido em Paris, três anos mais tarde. Em 1920, a Russia também decretou feriado nacional, sendo seguida por outros países.

A data tornou-se feriado no Brasil, em 1925, pelo decreto do, então, presidente Artur Bernardes. De lá para cá, houve muitas melhorias para os trabalhadores. No entanto, a rotatividade de contratações e falta de profissionais persisti em diversos setores.

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