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Cidades

Facilidade de retirar RGs perdidos vira risco para dono

Redação | 17/06/2010 14:52

Quem procura documentos extraviados no setor de achados e perdidos do CEM (Centro de Especialidades Médicas) da Capital se espanta com a facilidade de retirar do local RGs, CPFs ou qualquer outro objeto, independente de ser o dono ou não.

Para retirada, basta entrar, pedir a caixa de achados e perdidos, escolher e sair, com o documento que quiser e com quantos achar necessário.

Na unidade não há controle sobre as várias identidades, cartões do SUS, CPF's e diversos documentos. Qualquer um pode "resgatar" os papeis.

A reportagem do Campo Grande News esteve por duas vezes no CEM e conseguiu retirar duas carteiras de identidade da caixa. Bastou perguntar sobre documentos extraviados e uma funcionária entregou a caixa.

Na primeira vez, foi retirado o RG de um homem jovem e na segunda, de uma senhora. A identidade do jovem foi retirada por uma pessoa sem nenhuma semelhança física e a da senhora, por um homem. Nos dois casos foi perguntado aos funcionários se era necessário assinar algum protocolo para a retirada. A resposta foi negativa nas duas vezes.

A reportagem conseguiu encontrar o dono do RG, que se mostrou surpreso e assustado. O homem, que não será identificado, contou que não perdeu O RG no CEM, ele acredita que alguém encontrou e o levou até o local.

Ele se considera com sorte, pois o RG não foi utilizado por nenhum estelionatário. "Tive sorte. A identidade poderia ter passado por estelionatários, bandidos. Isso mostra que bandido não precisa nem recorrer ao mercado negro ou falsificar, basta ir ao CEM e pegar", comentou.

Documentos extraviados são um prato cheio para golpistas. Com eles é possível fazer cartões de rede do varejo, abrir crediários e até pedir empréstimos em instituições financeiras.

Providências - Quem perde documentos tem de registrar boletim de ocorrência, na delegacia ou pelo site da Polícia Civil.

A assessoria da PC ressaltou que os documentos têm valor no mercado ilegal e podem ser usados para aplicar golpes. "Quem tem interesse nesse tipo de "mercado" são estelionatários para aplicação de golpes, como abertura de empresas fictícias e clonagem de cheques", explica a assessoria.

Quando determinado estabelecimento ficar responsável pelos seus documentos e os mesmos 'desaparecem', o órgão ou estabelecimento pode ser responsabilizado. O cidadão poderá entrar com uma ação de indenização no juizado de pequenas causas, por danos morais e por danos materiais, já que terá que pagar por uma segunda via e poderá ter prejuízos caso sofra um golpe.

Todo documento encontrado deve ser entregue às delegacias para que a Polícia possa entregar ao dono. Segundo a Polícia, é tradição das pessoas entregarem os documentos perdidos em agências dos correios.

A Polícia esclarece ainda que não devolver ou entregar à Polícia coisas encontradas constituem o crime de apropriação de coisa achada (Art. 169, do código penal brasileiro). Quem encontra algo e não devolve em um prazo de 15 dias pode ficar detido por um mês ou até um ano.

Quando uma pessoa tira a segunda via e depois encontra a primeira, é recomendável que informe que encontrou o documento. A pessoa poderá ficar com os dois documentos sem maiores implicações.

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