Falta de medicamento põe em risco vida de quem fez transplante de rim
“Esse remédio é a nossa vida. Sem ele, ou volta para máquina ou vai para o túmulo”

“Esse remédio é a nossa vida. Sem ele, ou volta para máquina ou vai para o túmulo”. A afirmação da presidente da Recromasul (Associação dos Renais Crônicos e Transplantados), Maura Jorge da Silva, é sobre a falta de medicamentos, que põe em risco a vida dos que renasceram após um transplante de rim.
“Faz duas semanas que estão faltando ciclosporina e alfaepoetina”, relata. Os medicamentos são distribuídos na Casa de Saúde. O primeiro evita a rejeição ao órgão transplantando e deve ser tomado todos os dias.
Já o segundo é para combate a anemia, sendo necessário tanto para os renais crônicos quanto para os transplantados. “Temos que tomar vários remédios para controlar a rejeição. Se falta um, os outros não fazem o mesmo efeito. Vai diminuindo o funcionamento do rim até a rejeição”, explica Maura.
De acordo com ela, não há previsão de quando os medicamentos voltarão a ser distribuídos. “E são muito caros, o paciente não tem condições de se manter”, enfatiza.
Na última semana, cinco pessoas recorreram à farmacinha da associação, formada por doações. “Temos três caixinhas, não vai durar muito tempo. Não sei mais o que fazer”, lamenta.
Conforme Maura, a compra do medicamento já é acompanhada pelo MPE (Ministério Público Estadual), devido à constante falta de remédios vitais para os transplantados. Na Casa de Saúde, a informação aos usuários é de que ainda não há data para chegada do medicamento.
A reportagem entrou em contato com a Casa de Saúde e a SES (Secretaria Estadual de Saúde) e aguarda resposta sobre a falta de medicamento.