Garoto morreu quando mudava por medo

No momento em que Wesley Santana, de 17 anos, foi assassinado, ele e o pai, Rogélio Santana, arrumavam as coisas para mudar do bairro Piratininga, temendo represálias em função do desdobramento do assalto ao delegado Antônio Fernandes da Silva, de 61 anos, ocorrido no dia 1º de outubro.

O sepultamento do corpo foi às 10 horas no Cemitério Cruzeiro. Muito abalado e chorando sem parar, o pai não entrou em detalhes, mas disse que a mudança era para o bairro Guanandy. Ele confirmou que tomou a decisão por conta do envolvimento do filho no roubo.

No boletim de ocorrência é apontado que o garoto escondeu na casa de uma tia o Honda Civic roubado do delegado, que Fernando Soares da Silva, de 19 anos, também envolvido no roubo, planejava usar para cometer assaltos.

Após a apreensão do adolescente, que foi feita com auxilio do pai do garoto, a Polícia chegou a Fernando, que está preso na Derfurv (Delegacia Especializada de Furtos e Roubos de Veículos). Foi o adolescente, segundo boletim de ocorrência, que confirmou que Fernando teve participação efetiva no assalto.

Fernando alegou que comprou o carro por R$ 1 mil e que achava que o carro era financiado e não roubado. Ele tem várias passagens pela polícia, desde 2006, quando ainda era adolescente, por envolvimento em assaltos, tráfico de drogas e ameaça.

Durante o velório, parentes de Wesley se mostraram muito abalados. Segundo um primo do pai dele, que se identificou como Paulo, Rogélio criou o garoto sozinho, porque a mãe o abandonou. O pai diz que o filho nunca teve problemas com a polícia antes.

Ontem quando os dois arrumavam os móveis para se mudar, Wesley recebeu uma ligação no celular e saiu de casa, no Piratininga. Quando chegou no portão foi baleado e morreu. Segundo testemunhas, o responsável pelos disparos usava uma jaqueta cinza e estava em uma motocicleta azul.