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Cidades

Gerência garante carga-horária de médicos e causa surpresa em CPI da Saúde

Vinícius Squinelo | 26/08/2013 19:47

Os deputados estaduais que integram a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Saúde da Assembleia Legislativa constataram, durante oitiva da CPI nesta segunda-feira (26), que em Naviraí, cidade distante 366 km de Campo Grande, todos os médicos cumprem a carga horária determinada pelo contrato.
A informação foi fornecida pela Gerente Municipal de Saúde, Anaelize Andrade Filho, e pela ex-responsável pela pasta, Maria Cristina Tezolini Gradella.

Ambas garantiram categoricamente aos parlamentares que não têm dificuldades para manter os médicos nas unidades de saúde.

A declaração chamou a atenção dos deputados, que inclusive, solicitaram informações sobre o sistema de controle desses profissionais. “Essa informação é surpreendente, pois em todos os municípios onde estivemos a reclamação é de que os médicos não cumprem a carga horária. Precisamos levar esse projeto para as outras localidades”, disse o deputado estadual Amarildo Cruz, presidente da CPI da Saúde em MS.

Porém, durante diligências da CPI da Saúde, os deputados constataram que prédio do novo pronto socorro e do ambulatório do Hospital Municipal de Naviraí ainda não está funcionando porque, no momento da licitação da obra, os responsáveis pelo projeto esqueceram de planejar o portão de entrada da unidade. “A licitação não previa muro, calçada e grama. A obra já foi entregue, mas não pode ser inaugurada porque os pacientes não têm por onde entrar. Agora a prefeitura fez nova licitação para colocar a grade e liberar o local para atender a população”, comentou Maria Cristina Tezolini Gradella.

Segundo ela, durante sua gestão ficou comprovado que o município tem dois grandes problemas; demandas judiciais e a distância dos grandes centros médicos. “São muitas as solicitações de medicamentos por meio de ações judiciais. Outra dificuldade é a distância. Os pacientes sofrem demais quando precisam buscar ajuda médica nas outras localidades, o que também onera os cofres públicos. Hoje temos pacientes que fazem hemodiálise três vezes por semana em Ponta Porã. Durante a minha gestão a prefeitura investia cerca de 22% dos seus recursos na saúde”, disse Maria Cristina Tezolini Gradella.

Já a Gerente Municipal de Saúde, Anaelize Andrade Filho, disse que assumiu a pasta há pouco tempo, mas que já tomou medidas para resolver alguns problemas da saúde local. “Estamos adquirindo cadeiras de rodas e contratando mais pessoas para trabalhar. Também encontramos unidades com apenas uma porta, sendo que o necessário são duas. A nova direção do Hospital Municipal fez todo o levantamento para uma reforma e aquisição de equipamentos que já estão sendo providenciados”, esclareceu.

Durante a oitiva os parlamentares questionaram Anaelize Andrade Filho sobre denúncias de que a Prefeitura Municipal estava com falta de veículos para atender pacientes. “Temos seis veículos, mas precisamos de no mínimo mais 10. Está sendo feito um estudo para locação de 10 veículos no valor de R$ 3 mil cada um. Para aquisição de novos veículos são necessários R$ 680 mil, mas a Prefeitura Municipal não tem o recurso para aquisição dos mesmos”, esclareceu.

Os parlamentares ouviram também o ex-diretor do Hospital Municipal, Edivan Thiago de Barros Barbosa, o ex-prefeito Zelmo de Brida, o Presidente do Conselho Municipal de Saúde, José Pereira da Silva, e o ex-responsável pela entidade, Aníbal da Silva Bezerra. O atual prefeito da cidade, Leandro Peres de Matos também seria ouvido pela CPI da Saúde em MS, mas por motivos particulares não pode participar da oitiva, porém solicitou que uma nova data fosse agendada para que pudesse prestar esclarecimentos aos deputados.

A diretora-geral do Hospital Municipal, Renata Sena Moraes Ervatini, disse que está há 50 dias no cargo e reclama dos valores repassados à entidade. “Acho que Naviraí está sendo discriminada pela Secretaria Estadual de Saúde. Tem muito hospital menor que recebe mais recursos do que o de Naviraí. Acho que o financiamento é pouco. Até agora só recebemos R$ 400 mil para aquisição de equipamentos”, finalizou.

Para o deputado estadual Junior Mochi, assim como em outros municípios, a reunião da CPI da Saúde em Naviraí mostra o panorama da saúde na cidade. “Mais uma vez o objetivo foi cumprido, pois conseguimos subsídios para a elaboração do relatório final”, falou.

Conforme o deputado estadual Lauro Davi, a estrutura da saúde do Conesul, tendo como regional a cidade de Naviraí, mesmo sendo um polo de grande densidade populacional, possui problemas idênticos às regionais que já foram visitadas pelos parlamentares.

Segundo o deputado estadual Onevan de Matos, a audiência foi bastante produtiva. “Foi importante no sentido do conhecimento da forma do funcionamento da saúde naquele município e das falhas que detectamos na operacionalização desse sistema”, ressaltou.

Para o presidente da CPI da Saúde em MS, deputado estadual Amarildo Cruz, a oitiva em Naviraí alcançou seu propósito. “Em Naviraí fomos informados que os médicos cumprem a carga horária, fato este até então não encontrado nos outros municípios. Porém, de negativo constatamos que o pronto socorro e o ambulatório do Hospital Municipal não funcionam porque não foi construído um portão para acesso das pessoas, o que é inconcebível”, salientou.

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