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Cidades

Grupo de sem-terra monta acampamento na BR-262

Paula Maciulevicius | 27/08/2012 14:01

Região deve ser habitada por 25 famílias, diz liderança de movimento que se forma às margens da BR-262, saída para Sidrolândia. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Região deve ser habitada por 25 famílias, diz liderança de movimento que se forma às margens da BR-262, saída para Sidrolândia. (Foto: Rodrigo Pazinato)

A saída para Sidrolândia na BR-262, está ganhando barracos. De longe já é possível ouvir o barulho das marteladas nas tábuas de madeira e da bandeira que ali sinaliza que tem gente reivindicando por terra.

Os sem-terra são do Movimento Sul-mato-grossense de Agricultura Familiar, recém surgido, e ainda estão no início do acampamento, há nove dias ali, eles já anunciam que até domingo, serão 25 famílias, das 700 que fazem parte do movimento pedindo pela reforma agrária, que em Mato Grosso do Sul está paralisada desde 2010 por conta de uma liminar da Justiça Federal que suspendeu as atividades do órgão até que seja normalizada a situação nos assentamentos em relação à ocupação ilegal de terrenos da reforma agrária.

“Estamos esperando o lote, a nossa luta não pode parar”, respondia um dos acampados, que preferiu se identificar apenas como Rudmar, 26 anos.

Um dos líderes a frente do Movimento, ele diz que aquele acampamento, nas proximidades do km 347 será um dos “acampamentos de assentados exemplo dentro de Mato Grosso do Sul”. A proposta deles é de montar uma cadeia produtiva para abastecimento de cereais, carnes e frango.

A escolha pela BR-262 foi por apresentar menor risco às famílias em comparação a BR-163. Além do acampamento que está sendo formado ali, um outro do mesmo Movimento ocupa a região da Gameleira.

O acampamento está em fase de adaptação, segundo os sem-terra, hoje eles ainda vão furar um poço para facilitar a vivência na área. “Nosso objetivo aqui é ser assentado e cada um pegar a sua área”, comentou Vilmar Moraes, 25 anos.

Rudmar, um dos primeiros acampados diz que a luta por terra não pode parar. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Rudmar, um dos primeiros acampados diz que a luta por terra não pode parar. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Eles defendem que 90% da produção do Estado vêm de assentados pela reforma agrária. “Querendo ou não, o que é produzido saem dos pequenos produtores. Os grandes produzem só milho e soja e para exportação”, completa Vilmar.

A área em que eles ocupam pertence à União. O Incra (Instituto Nacional de Reforma Agrária de Colonização) informou ao Campo Grande News que tem conhecimento da formação do acampamento e esclarece que pela liminar, estão impedidos de seguir com os processos, incluindo as desapropriações, mas que continuam vistoriando fazenda e constatando áreas improdutivas.

O Instituto ainda disse, por meio da assessoria de imprensa, que assim que cair a liminar na Justiça Federal, vão preencher os ‘vazios’ de áreas improdutivas da região leste do Estado, na região de Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas.

Ao todo são 17 mil famílias distribuídas em 42 acampamentos em 47 cidades de Mato Grosso do Sul. Dos 11 movimentos sem-terra, quatro deles são considerados novos, incluindo o Sul-mato-grossense de Agricultura Familiar.

Conforme o Incra, o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), não está mais permitindo acampamentos às margens das rodovias federais e que pode entrar com o pedido de retirada dos sem-terra.

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