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Cidades

Guardas municipais querem negociar para manter empregos

Redação | 04/03/2009 17:41

Centenas de pessoas que hoje trabalham na Guarda Municipal de Campo Grande estão vivendo dias de apreensão e angústia, com medo de perder o emprego. Até o dia 31 de dezembro, todos que estão na corporação e que não foram aprovados em concurso público, terão de ser demitidos.

O MPE (Ministério Público Estadual) determinou prazos através de um Termo de Ajuste de Conduta firmado entre a prefeitura e o Ministério do Trabalho, para que a partir de 2009 todos os membros da Guarda Municipal sejam admitidos por concurso público, o que não era feito. Até o dia 30 de maio 320 aprovados têm de tomar posse e outros 320, não concursados, terão de ser exonerados.

"Tenho quatro filhos e minha esposa não está empregada. Sempre trabalhei no ramo da segurança, faço isso porque amo este tipo de serviço", conta Glaudson Arantes, de 32 anos, dos quais 4 dedicados a Guarda. Ele lembra que esperava que sua situação empregatícia fosse regularizada e ele não precisasse deixar corporação.

Na situação de Glaudson estão outros 672 guardas municipais, que têm a função de vigiar prédios públicos do município e praças. Segundo a presidente do Sisem (Sindicato dos Funcionários e Servidores Municipais), Maria das Dores Rocha, também há muitos servidores militares inativos com a mesma preocupação. "Eles vão perder a renda que ajudava a complementar a pensão que recebem", explica.

"Somos pais de família", exclama Jeanderson Soares (34) que trabalha na Guarda há três anos. "Estamos com muito medo de perdermos nossos empregos, não conseguirmos outro por causa da crise mundial e termos de ver nosso filhos passando necessidades", analisa.

Maria das Dores conta ainda que durante todo o tempo de existência da Guarda Municipal nunca houve recolhimento para nenhum sistema de seguridade social ou qualquer outra garantia trabalhista. "Nós vamos propor a prefeitura e ao MPE para abrir mão dos direitos negados até agora em troca da manutenção destes servidores que já estão aqui há anos", adianta.

De acordo com a presidente do Sindicato, durante anos os servidores sofreram perseguição por parte dos superiores que vinham de uma estrutura militar. "Muitos eram humilhados e ofendidos, e se reclamassem eram transferidos para trabalharem em lugares distantes de suas casas", revela.

Hoje, o vereador Airton Saraiva (DEM) usou a tribuna da Câmara para defender os guardas. "Não há o que se fazer diante deste quadro que está sendo colocado pela Justiça. Precisamos achar uma saída para encaixar este pessoal em outras empresas", defendeu.

Na sessão de amanhã da Câmara Municipal, o Sindicato promete fazer uma manifestação pedindo apoio da Casa à causa dos agentes.

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