"Guerra" entre traficantes deixa a população da fronteira em pânico
Hospitais invadidos por criminosos para "terminar" a execução de feridos, presença de veículos blindados fechando a fronteira e até a morte do filho de outro traficante da região. Informações que se espalham pelo aplicativo WhatsApp e levam terror para quem mora na fronteira do Brasil com o Paraguai.
O "clima de guerra" que se instaurou nesta noite em Pedro Juan Caballero, que faz fronteira com Ponta Porã, após a morte de um dos maiores chefes do tráfico na região, Jorge Rafaat Toumani, executado após cair em uma emboscada próximo ao Mercado Municipal, no Centro da cidade paraguaia.
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Apesar do veículo, uma Hummer, ser blindado, ele não resistiu ao grosso calibre do armamento - fuzil .50, utilizado para abater aeronaves - usado e foi perfurado. Vários integrantes de ambos os grupos foram feridos no tiroteio, mas até o momento, só há confirmação sobre a morte de Rafaat.
Mesmo quem está longe, em viagem, demonstra medo da situação. "Estamos horrorizados com o que aconteceu. Não estou na região hoje, mas cada vez chegam mais informações. É literalmente uma guerra", comenta uma pessoa que preferiu não se identificar.
Outro leitor que preferiu não se identificar afirmou que a morte de Rafaat aconteceu em frente a casa da tia dele e que, felizmente, ninguém da família ficou ferido. "Alguns tiros pegaram na casa dela, mas estão todos bem, fora o susto. Lá essas coisas não se brinca", diz.
Exército - Vídeos que circulam no WhatsApp mostram veículos do Exército se dirigindo à linha de fronteira para fechá-la, devido aos acontecimentos, inclusive havendo alguns confrontos. Porém, em contato com a assessoria de comunicação do CMO (Comando Militar do Oeste), foi dito que não há informações sobre tal questão nesse momento.
Pavão x Rafaat - Também circula informações que o filho de Jorge Rafaat iniciou uma caçada à Luan Pavão, filho de outro chefe do tráfico na região, Javis Pavão, que também já foi preso e condenado pelos crimes praticados. Porém, não há confirmação sobre a morte de Luan, apenas um áudio em que ele diz estar bem.
Ataques - Outra informação ainda não confirmada é sobre ataques realizados a estabelecimentos pertencentes ao Rafaat, como lojas e universidades, além de um ataque realizado no hospital onde algumas das vítimas foram socorridas, inclusive com morte de profissionais deste locais.
A reportagem tentou contato com o Hospital São Lucas, em Pedro Juan, mas não conseguiu até o fechamento da matéria. Outra situação que não foi confirmada é sobre a dispensa de alunos das faculdades de Medicina na região, já que uma delas, a San Sebastian, pertenceria a Rafaat.