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Interior

“Problema sempre vai ter, mas quem ouve erra menos”, diz Reinaldo

Nos três anos que restam, governador quer acertar mais em ações e obras e para isso decidiu ouvir os 79 municípios de MS

Helio de Freitas, de Dourados | 21/11/2019 06:21
Reinaldo Azambuja fala ao Campo Grande News, na noite desta quarta-feira em Dourados (Foto: Chico Ribeiro)
Reinaldo Azambuja fala ao Campo Grande News, na noite desta quarta-feira em Dourados (Foto: Chico Ribeiro)

Perto de concluir o quinto ano como governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB) tem ouvido muitas reivindicações na peregrinação que faz pelo Estado desde o dia 12 de setembro com o programa Governo Presente. Em cada região que esteve, recebeu dezenas e dezenas de pedidos de municípios que precisam das obras e ações estaduais, como se estivesse começando agora a governar o Estado, que assumiu em 1º de janeiro de 2015.

Essa situação, no entanto, não preocupa o governador sul-mato-grossense. “Problemas sempre vão existir. Por isso decidimos ouvir os representantes de todos os 79 municípios. Do pequeno, como Figueirão, como Tacuru, ao grande. Quem ouve mais, erra menos”, afirmou Reinaldo Azambuja em entrevista exclusiva ao Campo Grande News na noite desta quarta-feira (20) em Dourados, a 233 km de Campo Grande.

Depois de ouvir as demandas de 61 municípios de outras cinco regiões, Reinaldo chega a Dourados com o Governo Presente, recebendo representantes de 17 cidades da região. O primeiro encontro dessa etapa foi com os douradenses, ontem à noite, na sede regional da Sanesul. A reunião durou quase duas horas, por causa de tantas reivindicações levadas pela prefeita Délia Razuk (sem partido), vereadores e deputados da região.

Os encontros regionalizados do Governo Presente serão transformados em relatório para direcionar as ações do governo nos próximos três anos, os últimos de Reinaldo no comando de Mato Grosso do Sul.

“Cada cidade tem sua demanda” (Foto: Chico Ribeiro)
“Cada cidade tem sua demanda” (Foto: Chico Ribeiro)

Necessidade local - “As demandas são muito convergentes, como ocorreu aqui [Dourados], por isso é importante trazer o secretariado para ouvir as demandas locais em todas as áreas, porque a necessidade é local. Cada cidade tem sua demanda. Anastácio e Aquidauana, por exemplo, são divididas só pelo rio, mas o que Anastácio priorizou não é o mesmo de Aquidauana”, afirmou o governador, ao avaliar os resultados do programa, iniciado em 12 de setembro, em Três Lagoas.

Segundo Reinaldo, o Governo Presente acerta em cheio, porque leva a estrutura estadual para perto das pessoas, para ouvir os legítimos representantes locais. “Tem sindicatos e associações que reivindicam também, isso é extremamente positivo”.

O governador disse que o objetivo agora é se debruçar sobre essas demandas e transformar o planejamento em execução. “No início do ano que vem vamos lançar o Governo Presente para mostrar os investimentos, obras e melhorias apontados como prioridades”.

Dourados – Sobre Dourados, por exemplo, Reinaldo afirmou que entre as demandas apresentadas pelos representantes, a unanimidade foi a duplicação da Avenida Coronel Ponciano. “Vamos pedir o projeto executivo dessa obra”. Outra prioridade foi saúde – mais dinheiro para custear os atendimentos e agilidade na construção do Hospital Regional.

“A pactuação de mais recursos para a saúde será feita após o estudo por equipe da Fiocruz que já está em Dourados. Quando finalizar o estudo, Ministério da Saúde, prefeitura e governo do Estado vão fazer nova pactuação e definir qual é o papel de cada um na média e alta complexidade”, afirmou.

Problemas não acabam – Perguntado sobre tantos problemas trazidos pelos prefeitos, Reinaldo disse que não se surpreende. “As demandas sempre vão existir. Fui prefeito por oito anos e achei que nesses oito anos fiz muito pela minha cidade, mas no dia seguinte sempre tem uma demanda nova. Quando você atende o asfalto, surge a necessidade de uma área de lazer. É difícil atender a plenitude daquilo que a população espera do poder público”.

Segundo ele, percorrer o Estado para ouvir as reivindicações locais ajuda a definir o que é prioridade e o que é muito urgente. “Essas muito urgentes serão atacadas primeiro e vamos discutir as outras demandas, não que sejam desnecessárias”.

O governador citou como exemplo o pedido feito ontem por representante de Dourados para a reativação do Estádio Douradão, interditado por problemas na rede elétrica.

“É interessante para a área esportiva liberar o estádio. Está interditado por problema elétrico, que a prefeitura ficou de apresentar um projeto ao Estado e daí a gente buscar parceria, como já fizemos em outras praças esportivas. É importante o contato direto de toda a equipe com o poder público local. Assim, se erra muito pouco. Não tenho dúvida que ouvindo como ouvimos Dourados hoje, vamos acertar mais”.

Fronteira – Na entrevista, Reinaldo voltou a falar da violência na fronteira, especialmente com o Paraguai, e disse que a solução por parte do governo federal “tem avançado muito pouco” com Jair Bolsonaro na Presidência e Sérgio Moro no Ministério da Justiça.

“Essa foi uma demanda que tive com a Dilma [Rousseff], com o Michel Temer e tive com a equipe do Bolsonaro. A minha cobrança como governador é que tenha mais presença das forças federais. Em qualquer país do mundo, quem cuida das fronteiras são as forças federais. Aqui é o contrário, quem você vê nas rodovias da fronteira é o DOF, uma polícia estadual. Não fugimos de fazer nossa parte, mas a ausência do governo federal, na fronteira é muito grande”, reclamou Reinaldo Azambuja.

O governador lembrou que recentemente o governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel (PSC) disse que levaria à ONU (Organização das Nações Unidas) a situação das fronteiras desguarnecidas e a necessidade de ter força federal de segurança na região. “Ele está sentindo lá, se não combater o tráfico de drogas e de armas aqui, fica mais difícil combater nos morros do Rio de Janeiro”.

FuturoReinaldo Azambuja falou também dos seus planos à frente do governo nos próximos três anos, disse que o objetivo é fortalecer o PSDB e os partidos aliados nas eleições municipais, mas evitou falar de seu futuro político após concluir o mandato, em 2022.

“Tenho alegria de ver Mato Grosso do Sul, segundo o IBGE, com a segunda menor taxa de desemprego do Brasil. O PIB cresceu quase quatro vezes o PIB nacional, então, estamos no caminho certo. Agora é transformar o que é desejo em realidade. Na saúde, na educação, fortalecer a segurança pública. O foco agora é na gestão, no planejamento do governo para entregar os investimentos e no equilíbrio da receita e despesa”, afirmou.

“Na questão política, é muito prematuro discutir agora. Ano que vem tem eleição municipal e o interesse do governo é fortalecer nosso partido e os partidos aliados. Não queremos o PSDB como partido uno no Mato Grosso do Sul. Vamos trabalhar juntos nas alianças que precisam ser feitas para boa disputa municipal. Aí, sim, o resultado de 2020 influencia qualquer projeto político para 2022”.

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“Ano que vem tem eleição municipal e o interesse do governo é fortalecer nosso partido e os aliados” (Foto: Chico Ribeiro)
“Ano que vem tem eleição municipal e o interesse do governo é fortalecer nosso partido e os aliados” (Foto: Chico Ribeiro)
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