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Interior

Além da Serra do Amolar, fogo às margens do Paraguai é visto da cidade

Além da região da Fazenda Jatobazinho, área de 20 hectares em Corumbá está queimando e precisou de envio de equipe de Aquidauana

Izabela Sanchez | 07/07/2020 09:44
Militar do Corpo de Bombeiros atua para conter incêndio de 20 hectares próximo da cidade de Corumbá, na margem esquerda do Rio Paraguai (Foto: Divulgação)
Militar do Corpo de Bombeiros atua para conter incêndio de 20 hectares próximo da cidade de Corumbá, na margem esquerda do Rio Paraguai (Foto: Divulgação)

Os incêndios que vieram no esteio da seca atípica castigam o Pantanal na região de Corumbá, a 419 km de Campo Grande. Nesta terça-feira (7), duas equipes do 3ª Grupamento do Corpo de Bombeiros tentam controlar foco de incêndio que surgiu às margens do Paraguai. A fumaça é vista da cidade.

A nova área em chamas tem cerca de 20 hectares, conforme o comandante Coronel Luciano Lopes de Alencar, do 3° Grupamento e 10 militares atuam no combate desde segunda-feira (6). Com a proximidade da área urbana e o vento, a fumaça tem chegado à cidade. O Campo Grande News levantou que os moradores tem reclamado de dificuldade respiratória, especialmente as crianças.



Nesta área atuam duas equipes do 3º Grupamento, mas foi necessário mobilizar equipe de Aquidauana, a 130 km de Campo Grande. É o que explica o chefe do Centro de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros do Estado, tenente-coronel Waldemir Moreira.

Waldemir explicou que o incêndio na região da Serra do Amolar já está controlado e o reforço segue para o novo foco. Há dias que os focos surgiram nas imediações da Fazenda Jatobazinho e se espalham por mais áreas do Pantanal.

O tenente-coronel afirma que o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais) contratou 30 brigadistas de forma emergencial para o Prevfogo, mas 21 deles ainda aguardam a testagem da covid-19, sem a qual não podem se deslocar para as áreas ermas.

Fogo já controlado foi registrado nesta imagem na segunda-feira na região do Jatobazinho (Foto: Divulgação)
Fogo já controlado foi registrado nesta imagem na segunda-feira na região do Jatobazinho (Foto: Divulgação)

Jatobazinho - Além dos bombeiros, na região da Jatobazinho atuam também grupos ligados aos proprietários e à RPCSA (Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar), a exemplo da equipe do IHP (Instituto do Homem Pantaneiro).



Desde a segunda-feira (6) que os esforços são para impedir que o fogo chegue até uma escola criada pela organização Instituto Acaia. A escola voltada às crianças que vivem na região e chegam até lá de barco para estudar. A escola funciona na sede do antigo Hotel Jatobazinho e está vazia em razão da pandemia, que provocou a suspensão das atividades presenciais.

“Na jatobazinho o trabalho é mecânico. A área é extremamente isolada, no início do ano fui lá em março, teve um incêndio no mesmo local, de barco rodamos 97 km pra chegar na sede, para partir para os focos, depois mais 30 km para chegar na margem”, conta o chefe de Proteção Ambiental.

Mapa do IHP mostra onde estão localizados, até agora, os focos de incêndio (Imagem: IHP)
Mapa do IHP mostra onde estão localizados, até agora, os focos de incêndio (Imagem: IHP)

No domingo, havia 194 focos de incêndio ativos na região da Serra do Amolar. Só nas proximidades da Escola Jatobazinho tinham sido registrados 12 focos ativos no fim da tarde de ontem.

Publicação do Portal do MS, do governo de Mato Grosso do Sul, afirma que há 165 ocorrências somente nas últimas 24 horas. A previsão de chuva é para quarta-feira (8) e até lá os trabalhos devem continuar em ritmo intenso.

Segundo o comandante do 3º Grupamento, foi preciso fazer 1,5 km de aceiros ao redor escola. Por isso o uso de máquinas: os aceiros são as operações que retiram a vegetação que cerca um local e torna o fogo ainda mais perigoso. “Com essa ação foi possível extinguir um dos focos que estavam ao redor da escola”, informou Alencar.

Fumaça e chão queimado depois que parte do fogo na área do Jatobazinho foi controlado (Foto: Divulgação)
Fumaça e chão queimado depois que parte do fogo na área do Jatobazinho foi controlado (Foto: Divulgação)

Ainda segundo o comandante, ainda é preciso agir para retirar a vegetação de cerca de 600 metros para que a escola fique fora de perigo.

Corumbá tem cerca de 65 mil quilômetros de extensão, dos quais 70% estão inseridos no bioma Pantanal. Conforme divulgou o governo do Estado, a cidade concentra 69,7% dos focos de calor. De janeiro a junho, foram 15.097 focos na região, enquanto em todo o Estado, foram registrados 21.652.

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