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Interior

Mulher com gaze esquecida no corpo após parto agora vive com colostomia

Erro em cesariana no HU de Dourados causou infecção grave e deixou paciente com o intestino exposto

Por Gabi Cenciarelli | 20/10/2025 17:27
Mulher com gaze esquecida no corpo após parto agora vive com colostomia
Barriga da mulher após procedimentos (Foto: Arquivo Pessoal)

A indígena Nayara Arce de Souza, da etnia guarani-kaiowá, passou quatro meses com uma gaze esquecida dentro do corpo após uma cesariana realizada no HU-UFGD (Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados). O erro provocou uma infecção grave, obrigou nova cirurgia e deixou a paciente com o intestino exposto e com o uso de bolsa de colostomia, sem que se saiba se será permanente.

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Uma indígena Guarani-Kaiowá passou quatro meses com uma gaze esquecida no corpo após cesariana realizada no Hospital Universitário da Universidade Federal da Grande Dourados. O erro médico causou infecção grave, exigindo nova cirurgia e deixando a paciente com intestino exposto e necessidade de colostomia. O caso foi denunciado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Dourados como violência obstétrica. O hospital informou que adotou providências para garantir cuidados à paciente e que o caso está sendo acompanhado por comissões competentes e pela corregedoria.

Desde o parto, Nayara enfrentava dores intensas, febre e infecções recorrentes, sem saber a causa. Só após uma nova internação de emergência, o corpo estranho foi identificado. O material esquecido provocou inflamação severa e comprometimento intestinal.

O caso foi denunciado pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Dourados, que publicou uma nota de repúdio classificando o episódio como violência obstétrica e institucional. O documento afirma que houve “graves negligências médicas durante e após o parto” e cobra investigação imediata dos fatos e responsabilização dos profissionais envolvidos.

“O esquecimento de uma gaze cirúrgica dentro do corpo da paciente é um erro médico inadmissível, que poderia ter sido evitado com protocolos básicos de segurança”, diz a nota assinada pela presidente do Conselho, Glivane Bezerra da Silva Dias.

O texto também pede que as autoridades de saúde, o Ministério Público e a Defensoria Pública adotem medidas urgentes para prevenir casos semelhantes, com capacitação obrigatória de profissionais e atendimento humanizado a mulheres indígenas.

O que diz o hospital - Em nota, o Hospital Universitário da UFGD, vinculado à Rede Ebserh, informou que, ao tomar conhecimento do caso, adotou providências para garantir os cuidados integrais à paciente.

A instituição disse que os protocolos e fluxos assistenciais são constantemente revisados e aprimorados, e que o caso está sendo acompanhado “com prioridade pelas comissões competentes e pela corregedoria”.

“O HU-UFGD lamenta profundamente o ocorrido, manifesta solidariedade à paciente e seus familiares e reafirma seu compromisso com a transparência, a segurança e a assistência humanizada que garanta a integridade e o respeito a todos os pacientes”, finaliza o comunicado.

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