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Interior

Após três homicídios, Câmara fará audiência para discutir sobre violência

Viviane Oliveira | 15/01/2015 15:04
Prefeito, de blusa cinza, durante reunião na manhã de ontem. (Foto: Marcos Barros/Prefeitura)
Prefeito, de blusa cinza, durante reunião na manhã de ontem. (Foto: Marcos Barros/Prefeitura)

Depois de três homicídios envolvendo adolescentes em apenas 17 dias, a Câmara Municipal de Jardim, a 233 quilômetros de Campo Grande, decidiu fazer uma audiência pública no dia 6 de fevereiro para debater sobre a violência na cidade, que é turística. O prefeito Erney Cunha Bazza Barbosa (PT) promete montar uma força-tarefa no Carnaval para garantir a segurança da população e dos turistas.

Na manhã de ontem (14), o chefe do executivo se reuniu no CAT (Centro de Atendimento ao Turista) com integrantes da segurança pública, Câmara Municipal e Conselho Tutelar para discutir sobre o assunto. “É preciso uma ação rápida para evitar que crimes continuem acontecendo. A audiência pública pretende, também, chamar a atenção dos pais para o problema”, destaca.

Durante o encontro, o vereador César Nogueira (PDT) disse que a criminalidade reflete negativamente na economia do município, principalmente, porque a cidade tem o perfil turístico. Compartilha da mesma opinião, o comandante da Polícia Militar, tenente-coronel Adilson Macedo. Segundo ele, a discussão do tema deve envolver todas as forças policiais e a sociedade civil.

Conforme o prefeito, a Polícia Militar vai intensificar o policiamento, principalmente na região Central, onde ocorre a maioria das confusões e para coibir a venda de bebida alcoólica para menores. “A gente pretende ainda aumentar os trabalhos sociais com os jovens e informativos alertando sobre a questão das drogas, armas e bebidas”. Erney garante ainda que para o Carnaval, a Prefeitura vai contratar 50 seguranças particulares, dez a mais do que no ano passado, além do efetivo da PM.

Paulo Henrique foi morto na madrugada do Natal. (Foto: divulgação)
Paulo Henrique foi morto na madrugada do Natal. (Foto: divulgação)

Um grupo de moradores preocupados com a situação resolveu se juntar para pedir providências. A professora Anna Zinna Boeira, 48 anos, junto com as famílias das vítimas foi para as ruas protestar e montou um abaixo-assinado, que será entregue para o prefeito no dia da audiência. Ela disse que o documento já tem mais de mil assinaturas. “A nossa cidade era calma e vamos lutar para ter essa tranquilidade de volta”, diz. Segundo ela, além dos homicídios, preocupa o número de furtos e roubos que aumentou nos últimos anos.

A professora diz que criou um movimento para lutar contra a violência depois que Paulo Henrique Gimenes da Ora, 18 anos, foi morto a golpes de faca no banheiro da Praça Municipal na madruga de Natal. O menino foi aluno de Anna e havia acabado de terminar o segundo grau. “Estou muito preocupada e não quero perder mais nenhum aluno assassinado. Paulo era trabalhador e passou o ano inteiro capinando quintal para poder viajar com a turma do 3º ano”, lamenta.

No abaixo-assinado, os moradores pedem várias medidas, como por exemplo, o monitoramento da venda de bebida alcoólica e mais policiamento no centro da cidade.

Mortes - Na madruga do dia 25, Paulo Henrique foi morto a golpes de faca no banheiro da Praça Municipal, que fica na Avenida Duque de Caxias, no Centro. A vítima foi atingida no tórax e chegou a ser socorrida, mas morreu no hospital. O acusado de ter cometido o crime é um adolescente de 16 anos e Igor Fonseca da Silva, 18 anos. O menor usou uma faca de açougueiro para ferir o rapaz.

No sábado (11), o professor aposentado Wagner Brum Trindade, 69 anos, foi atingindo por uma bala perdida durante briga, também envolvendo menores. Ele estava em frente a uma casa na rua Padre Manoel da Nóbrega, na Vila Angélica, quando três rapazes de bicicleta, um de 19 anos e dois adolescente de 17 anos, se aproximaram do local e o maior começou a atirar.

O alvo deles era um menor de 16 anos e um rapaz de 22 anos que estavam no local. O idoso se levantava para ir embora, quando foi atingido durante a confusão. Ele foi socorrido, mas morreu por volta das 16h do dia seguinte. Após o crime, os acusados fugiram de bicicleta. Segundo registro policial o crime foi motivado por ciúmes da namorada de um adolescente de 17 anos. O caso foi registrado como homicídio qualificado por motivo fútil e está sendo investigado pela Delegacia de Polícia Civil. A morte do aposentado causou revolta e comoção no município, com pouco mais de 25 mil habitantes.

Por último, na madrugada do último domingo (11), Hellison Igor Mercedes Gomes, 16 anos, foi morto com um golpe de faca na região abdominal. O crime aconteceu na Rua Doutor Ary Coelho de Oliveira, em frente da conveniência Baturite, no Centro. A vítima chegou a ser levada para o hospital, mas morreu. O suspeito de ter cometido o crime, um menor de 15 anos, confessou e foi apreendido no mesmo dia.

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