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Interior

Bandidos aproveitam torres sem polícia para jogar droga em presídio

Mais quatro tabletes foram jogados ontem no raio II da PED; foi o segundo caso em dois dias

Helio de Freitas, de Dourados | 03/08/2020 12:01
Tabletes de maconha jogados no pátio de penitenciária (Foto: Direto das Ruas)
Tabletes de maconha jogados no pátio de penitenciária (Foto: Direto das Ruas)

Aumentaram consideravelmente as apreensões de drogas jogadas sobre a muralha da PED (Penitenciária Estadual de Dourados). Com a suspensão das visitas por causa da pandemia do novo coronavírus, os bandidos recorreram a esse método para entregar droga no maior presídio do interior de Mato Grosso do Sul.

A estratégia é incentivada pela fragilidade na segurança externa da penitenciária que tem pelo menos 2.700 detentos. O Campo Grande News apurou que das quatro torres de vigilância de responsabilidade da Polícia Militar, apenas duas estão funcionando.

Na noite de ontem (2), mais quatro tabletes de maconha foram arremessados sobre a muralha em direção ao pátio do raio II, onde ficam pelo menos 600 presos da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

Por volta de 20h, os agentes penitenciários perceberam quando o pacote foi jogado no pátio, perto a uma das torres desativadas. O pacote com pelo menos quatro quilos foi apreendido e será registrado boletim de ocorrência no início da tarde de hoje, na 2ª Delegacia de Polícia Civil.

A reportagem apurou que a droga tinha como destino os presos do raio II, mas não foi encontrada nenhuma cela com grade serrada. Os agentes também não conseguiram identificar o preso que receberia a maconha.

No sábado (1º), outro pacote de droga foi jogado no mesmo local. Uma das celas estava com a grade serrada e os presos foram levados para o setor disciplinar.

No dia 20 do mês passado, drogas levadas por drone foram apreendidas no pátio da penitenciária. No dia seguinte, agricultores localizaram outro drone com droga em meio a uma plantação de milho no distrito de Vila Vargas, a poucos quilômetros da PED. A PM foi chamada e apreendeu o equipamento.

Agentes penitenciários que trabalham na PED afirmam que a solução seria reforçar a vigilância externa com a reativação das torres 2 e 4, justamente as que ficam próximas ao raio do PCC.

Diante da falta de efetivo da Polícia Militar, eles cobram que a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) assuma o serviço, como já ocorre no Presídio da Gameleira, na Capital.

Em nota enviada pela assessoria de imprensa, a Agepen informou que a primeira unidade do sistema penitenciário estadual a ser totalmente operacionalizada pelos servidores de carreira, que cuidam desde a segurança interna à vigilância das muralhas, foi a Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira, na Capital.

O modelo será adotado também na Gameleira II, ainda a ser inaugurada. “Gradativamente, a Agepen estenderá esse modelo aos demais presídios do Estado, seguindo os padrões de segurança exigidos. A intenção é expandir às demais unidades prisionais, conforme material humano disponível”, informa a agência.

*Matéria editada às 14h08 para acréscimo de informações.

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