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Interior

Cabo da PM é preso por promover festa e impedir entrada de fiscalização

Festa foi flagrada no domingo à noite e, segundoa PM, cabo disse que não iria "abrir a p**** do portão"

Silvia Frias | 23/03/2021 11:35
Caso aconteceu em Dourados, mas audiência foi realizada na capital, após transferência dele ao Presídio Militar (Foto/Arquivo)
Caso aconteceu em Dourados, mas audiência foi realizada na capital, após transferência dele ao Presídio Militar (Foto/Arquivo)

Cabo da PM (Polícia Militar) foi preso em Dourados, a 233 quilômetros de Campo Grande ao ser flagrado em festa e por desobediência, ao tentar impedir a entrada da equipe de policiais que foi averiguar a denúncia. O homem nega que tenha barrado os PMs, alegando que o portão travou.

A briga aconteceu no domingo (21) e os interrogatórios realizados ontem (22), conforme auto de prisão em flagrante do 3ºBPM (Batalhão da PM) de Dourados. O cabo passou por audiência de custódia no Fórum de Campo Grande teve a prisão em flagrante convertida para preventiva. Ele foi transferido para o Presídio Militar da capital.

No documento, constam os depoimentos da equipe da PM que recebeu a denúncia e do cabo da PM detido no flagrante.

O subtenente que comandava a equipe de fiscalização na noite de domingo, relatou estava em apoio à Guarda Municipal e Corpo de Bombeiros, averiguando denúncia de festa no conjunto Residencial Monte Carlo, por volta das 21h30.

O militar relatou que bateu no portão, pedido que fosse aberto. O cabo da PM saiu da casa dizendo que não iria abrir. Ele foi reconhecido por um dos integrantes da equipe como cabo da PM.

O subtenente o alertou que deveria se comportar de “forma regulamentar”, por ser militar e explicar o motivo de estar impedido a entrada da equipe. Em resposta, o cabo teria dito que “não iria abrir a p**** do portão”, tendo dito expressamente que o dono da casa, que estava atrás dele, não deveria sair.

O cabo foi alertado mais uma vez das consequências dos seus atos. Segundo o subtenente, o homem teria tentado bater o portão no braço do militar. Neste momento foi dada voz de prisão por desobediência  e por infração á medida sanitária preventiva.

No relato do subtenente, consta que o cabo se recusou a respeitar a ordem, sendo necessário o uso de “força diferenciada” para contê-lo, com uso de algemas.

O cabo foi levado ao 3ºBPM, juntamente com as outras 10 pessoas que estavam na casa, com o material apreendido: bebidas, narguilé, caixas de isopor e equipamento de som. Segundo o policial, o cabo aparentava estar embriagado.

Outros dois integrantes da equipe prestaram depoimento. Um deles, soldado da PM, disse que estava distante 20 metros da discussão e não ouviu o que foi dito entre eles, apenas presenciando o momento que o subtenente e o cabo foram ao chão. Ele diz que o cabo “aparentava estar embriagado”.

O outro policial, 2º sargento, disse que o reconheceu de imediato e que o militar se apresentou dizendo “sou o 02 ***”. Disse que o portão estava parcialmente aberto e foi fechado. Ele relatou que o subtenente mandou que o portão fosse aberto, o que foi feito de forma parcial.

Segundo ele, o subtenente puxou o cabo pelo braço e os dois caíram. Depois disso, ajudou a imobilizar o homem. No depoimento, o 2º sargento disse que o cabo “aparentava estar embriagado, com olhos vermelhos e fala desconexa”.

O militar acredita que não houve agressão e que o cabo teria agido em defesa passiva, para se desvencilhar, mas que houve “conduta desrespeitosa”, por ter insistido em fechar o portão.

Trava – O cabo da PM também prestou depoimento e negou que tivesse tentado agredir ou desrespeitado o subtenente.

O cabo disse que havia pedido a casa emprestado de amigo, identificado apenas como Marcus, para fazer almoço em família. Segundo ele, o rapaz saiu de casa às 16h, dizendo que o cabo poderia ficar tranquilo e que depois fizesse a limpeza.

O militar disse em seguida encerrou o almoço familiar e começou a fazer a limpeza da casa. À noite, por volta das 20h começaram a chegar pessoas que disseram que iriam aguardar Marcus. O cabo afirmou não conhecer aquelas pessoas.

Marcus voltou para casa quando cerca de cinco convidados já estavam lá, à noite.

Segundo o cabo, ele notou movimentação em frente da casa e viaturas. Perguntou quem era da PM, pois pensou que poderia ser da Guarda Municipal.

Ao retornar para chamar o responsável, que já estava na casa, o portão eletrônico travou. Quando voltou para a entrada, ficou ao lado de Marcus, quando foi puxado, sendo derrubado e algemado.

O cabo diz que, no momento da prisão, apenas sua esposa estava lá, os demais seriam convidados do Marcus. Em depoimento, negou que tivesse impedido a entrada da PM, apenas que não poderia autorizar por não ser o proprietário.

O militar afirmou que não teve intenção de obstruir o trabalho, mas que foi puxado pelo subtenente e ficou travado no portão. Também negou que estivesse bêbado e que havia bebido socialmente.

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