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Interior

Cela vip de narcotraficante acusado de mandar matar Jorge Rafaat é demolida

Pavilhão foi reformado por brasileiro apontado como novo chefão no crime na fronteira e recebeu até cerâmica italiana; crise derrubou ministra da Justiça do Paraguai

Helio de Freitas, de Dourados | 09/08/2016 09:45
Pavilhão “de luxo” que abrigava narcotraficante foi demolido (Foto: ABC Color)
Pavilhão “de luxo” que abrigava narcotraficante foi demolido (Foto: ABC Color)

O governo paraguaio mandou demolir na segunda-feira (8) o pavilhão “de luxo” dentro do presídio de segurança máxima de Tacumbú, em Assunção, onde estavam recolhidos o narcotraficante brasileiro Jarvis Gimenes Pavão e pelo menos 20 integrantes da mesma quadrilha.

Preso desde 2009 no Paraguai, Pavão é acusado pela polícia do país vizinho de ser o mandante da execução do também narcotraficante Jorge Rafaat Toumani, ocorrido no dia 15 de junho deste ano em Pedro Juan Caballero, cidade vizinha de Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande.

Com a morte de Rafaat, Pavão teria assumido o controle do crime organizado na região, com apoio do PCC (Primeiro Comando da Capital).

A “cela vip” foi descoberta há duas semanas, depois que Jarvis Pavão foi transferido da penitenciária para o quartel de um grupo especial da Polícia Nacional, também em Assunção. A ordem partiu do presidente do Paraguai, Horácio Cartes, após um suposto plano de fuga da quadrilha de Jarvis Pavão.

A transferência do narcotraficante causou uma crise política e o presidente demitiu a ministra da Justiça, Carla Bacigalupo, que teria tentado dificultar o cumprimento da ordem presidencial.

De madrugada – De acordo com o jornal ABC Color, 20 homens do departamento de engenharia das Forças Armadas do Paraguai acompanhados de operários chegaram de madrugada ao presídio de Tacumbú para demolir as celas, construídas no piso superior da ala administrativa.

Várias celas com ar condicionado, piso de cerâmica, banheiros, cozinha e até uma sala para reuniões foram construídas no local, mas o governo do Paraguai alega que não tinha conhecimento do fato.

A demolição foi feito com ferramentas e trabalho manual, para evitar deslizamentos de terra, segundo o ABC Color. Após derrubar as celas, a direção fez buscas em outros pavilhões, mas não informou se foram encontradas outras salas irregulares.

Os promotores de Justiça Pamela Perez e Igor Cáceres informaram que existiam 22 celas de luxo em Tacumbú. O Ministério Público vai ouvir funcionários do presídio e detentos, para saber apurar omissão das autoridades no caso.

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