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Interior

Chefes da máfia do cigarro na fronteira completam um mês na cadeia

Ângelo Guimarães Ballerini, preso no dia em que iria se casar em resort em praia nordestina, está preso em Ponta Porã, junto com outros chefes do esquema que incluía PRFs, PMs e policiais civis

Helio de Freitas, de Dourados | 22/10/2018 16:00
Agentes da PF conduzem um dos presos na Operação Nepsis, no dia 22 de setembro deste ano (Foto: Adilson Domingos)
Agentes da PF conduzem um dos presos na Operação Nepsis, no dia 22 de setembro deste ano (Foto: Adilson Domingos)

Apontados como chefes do mais poderoso esquema de contrabando de cigarro paraguaio para o Brasil, Ângelo Guimarães Ballerini, o Alemão, Valdenir Pereira dos Santos, o “Perna”, Carlos Alexandre Gouveia e um irmão de Alemão, identificado apenas como Lupa, completam hoje (22) um mês na cadeia.

Os quatro e dezenas de outros envolvidos no esquema – os nomes não foram divulgados porque o caso está em segredo de justiça – foram presos no dia 22 de setembro deste ano em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Maceió (AL), durante a Operação Nepsis, deflagrada pela Polícia Federal e PRF (Polícia Rodoviária Federal).

Entre os presos estavam seis policiais rodoviários federais, policiais civis e policiais militares, que recebiam propina para facilitar a passagem das cargas de cigarro, segundo a PF.

Os quatro chefões do esquema e outros 16 acusados presos na mesma operação continuam recolhidos no Estabelecimento Penal Ricardo Brandão, em Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande, na fronteira com o Paraguai.

A unidade tem pelo menos 600 detentos ocupando espaço destinado a 300 presos, baixo efetivo de agentes penitenciários para cuidar dos internos e pouca vigilância externa.

No mês passado, o Campo Grande News mostrou a preocupação de agentes penitenciários que trabalham no presídio por causa da presença dos chefões da máfia do cigarro. “Por que não foram levados para um presídio de segurança máxima ou até mesmo para o presídio federal?”, questionou o parente de um servidor da unidade.

Na época, a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) informou que os presos foram levados para o Presídio Ricardo Brandão devido ao mandado de prisão ser de Ponta Porã e que seria feita uma análise de perfil para definir eventuais remoções.

Entretanto, até agora nenhum dos presos na Operação Nepsis foi transferido do local, conforme a reportagem apurou hoje.

Liberdade – Nesta segunda-feira, José Augusto Marcondes de Moura Junior, advogado de Ângelo Ballerini, do irmão dele, de Carlos Gouveia e de Valdenir dos Santos, disse que ainda nesta semana vai pedir a soltura de Carlos.

Quanto aos demais, ele não disse quando pretende entrar com pedido de relaxamento da prisão preventiva ou com habeas corpus, na segunda instância.

Alemão foi preso no dia em que iria se casar, no resort de uma das praias mais badaladas de Maceió, capital alagoana. O casamento seria na tarde de 22 de setembro. Ele e alguns convidados, ligados ao esquema, foram presos na manhã do mesmo dia.

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