ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  26    CAMPO GRANDE 30º

Interior

Com apitaço na Câmara, professores tentam barrar projeto da prefeitura

Proposta da prefeitura é transformar 2ª parcela do piso para 20 horas em gratificação, mas servidores dizem que projeto é golpe

Helio de Freitas, de Dourados | 24/10/2017 19:53
Professores lotam galerias da Câmara de Dourados em sessão nesta noite (Foto: Éder Gonçalves)
Professores lotam galerias da Câmara de Dourados em sessão nesta noite (Foto: Éder Gonçalves)

Com apitaço e gritos de “fora Délia”, professores municipais de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande, lotam a Câmara de Vereadores, que tenta fazer uma sessão extraordinária para votar projeto encaminhado pela prefeita Délia Razuk (PR).

O projeto altera a lei complementar 267/2014, a chamada ‘lei do pré-sal’, e transforma em gratificação o incremento de salário aprovado há três anos. Pela lei, a prefeitura tem de pagar cinco parcelas anuais aos professores, para que em 2020 o piso do magistério seja para 20 horas semanais e não para 40 horas como é atualmente. A primeira foi paga em 2016.

“Isso é necessário porque na verdade a lei do pré-sal nem chegou a entrar em vigor no país, e, com a gratificação, o município assume encargos menores na condição de ente empregador, ou seja, é um esforço compartilhado com todos para sairmos da crise nacional que atinge municípios, estados e a União”, explica a procuradora-geral do município, Lourdes Benaduce. Segundo ela, com a gratificação o impacto cai de R$ 2,3 milhões/mês para R$ 1,3 milhão.

Em assembleia na manhã de hoje, os profissionais da educação abriram mão da incorporação em 2017, para iniciar diálogo com a prefeitura. “O pagamento do valor dessa etapa da incorporação seria efetivado somente em outubro de 2018. Em contrapartida, a prefeitura retiraria o projeto do legislativo, sem alterar a política salarial, que busca equiparar o salário do magistério com outros profissionais da rede com qualificação equivalente”, afirma o sindicato da categoria.

Entretanto, como o projeto foi mantido na pauta, os educadores tentam impedir a votação. Vereadores aliados da prefeita estão sendo vaiados. A sessão de ontem à noite foi suspensa por protestos semelhantes.

Nesta terça, a presidente do Simted, Gleice Jane Barbosa, disse ao Campo Grande News que o projeto da prefeitura é “um golpe” contra os educadores, já que a transformação em gratificação, se aprovada pela Câmara, pode ser retirada a qualquer momento.

“É um golpe para acabar com a lei do piso que nós construímos. Gratificação não é salário. Estão discutindo em termos de gratificação algo que tínhamos garantido como salário. Gratificação você perde a qualquer momento. É uma política absurda. Em resumo, querem acabar com a lei do piso”.

Nos siga no Google Notícias