Confronto entre colonos deixa dois mortos em palco de massacre
Grupos rivais que lutam pelo controle de terras em Curuguaty se enfrentaram a tiros nesta quinta
Confronto entre trabalhadores rurais deixou pelo menos dois mortos e vários feridos nesta quinta-feira (18) na fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul. Grupos rivais disputam o controle da área Marina Cue, nos arredores de Curuguaty, povoado localizado no departamento de Canindeyú e a 80 quilômetros de Paranhos (MS).
A região é conhecida por confrontos sangrentos entre campesinos, como os colonos são chamados no Paraguai. Há vários casos de ataques mútuos.
Foi em Marina Cue que aconteceu o Massacre de Curuguaty, confronto que deixou 11 campesinos e 6 policiais mortos, em 2012. A matança foi o estopim para a destituição do então presidente do Paraguai, Fernando Lugo.
Segundo a imprensa paraguaia, os mortos no confronto de hoje foram identificados como Demesio Rojas e Osmar Benítez Martins. Entre os feridos, Gabriel Gauto Aguilar é o mais grave. Ele foi atendido inicialmente no hospital de Curuguaty e transferido para a capital Asunción.
Há dois grupos de colonos que lutam pelo controle das terras. Um é liderado pelos irmãos Castro e o outro pela Associação de Familiares e Vítimas do Massacre de Curuguaty, entidade comandada por Martina Paredes e Darío Acosta.
O jornal ABC Color informou que na manhã desta quinta-feira, o grupo liderado pelos irmãos Castro foi até a área administrada por Martina Paredes e Darío Acosta.
O objetivo seria recuperar lotes distribuídos para outros colonos brasileiros e paraguaios que não teriam direito às terras. “Levaram de quatro a cinco jagunços e foram eles que atiraram”, afirmou Juan Ramón Rojas Ríos, do grupo liderado pelos irmãos Castro.
