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Interior

De fugas no Paraguai até prisão, ‘Rei da cocaína’ chefiava tráfico em 5 estados

Lindomar Reges Furtado comandava esquema que envolvia MS, Paraná, São Paulo, Santa Catarina e Distrito Federal

Por Ana Paula Chuva | 03/09/2025 11:07
De fugas no Paraguai até prisão, ‘Rei da cocaína’ chefiava tráfico em 5 estados
Lindomar fazia plásticas constantes para mudar a aparência (Foto: Reprodução)

Preso em fevereiro deste ano no Rio de Janeiro, Lindomar Reges Furtado, considerado o “Rei da cocaína”, é apontado como o líder da quadrilha especializada em tráfico de drogas e lavagem de dinheiro que foi alvo da PF (Polícia Federal) na Operação Hetera, deflagrada na terça-feira (2). Durante a ação, foram cumpridas ordens judiciais em Ponta Porã, no Paraná (Curitiba), Santa Catarina (Itajaí, Itapema e Tijucas), São Paulo (São José do Rio Preto)  e também no Distrito Federal.

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Lindomar Reges Furtado, conhecido como "Rei da cocaína", liderava esquema de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro mesmo preso no Rio de Janeiro. A Polícia Federal deflagrou a operação Hetera, cumprindo mandados em cinco estados e no Distrito Federal. Furtado, preso em fevereiro com documentos falsos, já havia escapado de operação no Paraguai. A quadrilha, que atuava no Sul do país e migrou para São José do Rio Preto (SP), construía uma boate de luxo para lavagem de dinheiro. A operação apreendeu drogas, milhões em reais e dólares, e prendeu outros envolvidos.

A investigação apontou que a quadrilha atuava no Sul do país e que migrou para São José do Rio Preto (SP), cidade onde a quadrilha construía uma boate de luxo para lavar o dinheiro do tráfico. O líder do esquema foi identificado como Lindomar.

 O traficante é considerado um dos maiores do Brasil e chegou a ser preso em fevereiro deste ano no Recreio dos Bandeirantes, região oeste do Rio de Janeiro, usando documento falso em um condomínio de luxo. Ele também fazia cirurgias plásticas constantes para mudar a aparência.

Conhecido como “Rei da cocaína”, Lindomar também é apontado como sócio da organização criminosa liderada pelo paraguaio Miguel Ángel Insfrán Galeano e pelo uruguaio Sebastián Marset. A rede mantinha templos religiosos e empresas de fachada na linha internacional com Mato Grosso do Sul.

Em 2022, Lindomar chegou a escapar de uma operação da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) e do Ministério Público do Paraguai. Na época, câmeras de monitoramento do condomínio de luxo onde ele morava, em Hernandarias, flagraram o momento em que o brasileiro fugiu do cerco policial em uma caminhonete Toyota Hilux. Segundo a imprensa paraguaia, a Hilux pertencia a uma funcionária da Tabacalera del Este, indústria de cigarros de propriedade do ex-presidente do Paraguai, Horacio Cartes.

De acordo com a PF, Lindomar usava o nome falso de Fabiano de França Pezzato. Com ele, foram encontrados R$ 55 mil em espécie, joias e documentos. O traficante foi encaminhado para o sistema prisional do Rio de Janeiro. Miguel, o “Tio Rico”, foi preso também no Recreio dos Bandeirantes, em fevereiro de 2023, e Sebastián Marset segue foragido.

Operação Hetera - Ao todo, foram cumpridos oito mandados de busca e cinco mandados de prisão temporária nas cidades de Ponta Porã, a 313 quilômetros de Campo Grande, São José do Rio Preto (SP), Curitiba (PR), Itajaí, Itapema e Tijucas (SC) e Brasília (DF). Durante as diligências, os policiais apreenderam 217 kg de droga, R$ 7,2 milhões e US$ 798 mil em espécie dentro de um caminhão que pertence ao grupo criminoso.

O veículo foi interceptado ainda em São Paulo e tinha como destino a cidade sul-mato-grossense que faz fronteira com o Paraguai. Segundo a PF, a investigação identificou o grupo que movimentava os recursos do tráfico e usava o dinheiro para adquirir imóveis em nome de laranjas. A quadrilha ainda contava com ajuda de comerciantes para lavar o dinheiro.

Ainda de acordo com a PF, o grupo atuava no Sul do país e migrou para São José do Rio Preto, onde estava sendo construída uma boate de luxo para lavar o dinheiro do grupo criminoso. Inclusive, o nome da operação faz referência às cortesãs de classe elevada da Grécia antiga por conta do empreendimento.

A ação contou com 40 policiais federais e teve apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) do MPSP (Ministério Público de São Paulo). Os investigados podem responder por tráfico de drogas, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

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