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Interior

Defesa apela para a covid-19, mas juiz mantém médico da BMW preso por tráfico

O médico oftalmologista Pedro Nechar Neto, de 40 anos, foi preso ao ir buscar porções de maconha e skunk em agência dos Correios

Adriano Fernandes e Marta Ferreira | 19/11/2020 21:26
Dinheiro e drogas apreendidas com o médico. (Foto: Divulgação/PM) 
Dinheiro e drogas apreendidas com o médico. (Foto: Divulgação/PM)

A justiça negou o pedido de liberdade provisória feito pela defesa do médico oftalmologista Pedro Nechar Neto, de 40 anos, que foi preso na tarde desta quarta-feira (18) ao receber 153,7 gramas de skunk e 1g de haxixe na agência dos Correios de Três Lagoas, município que fica a 338 quilômetros de Campo Grande.

Nem mesmo a confirmação de que o médico está com covid-19 foi o suficiente para convencer o juiz Vinicius Pedrosa Santos, da 2ª Vara Criminal de Três Lagoas, sobre a soltura do médico. Ao pedir a substituição da prisão por medidas cautelares a defesa argumentou que a droga apreendida, seria para consumo próprio do médico e não para o tráfico.

Até a declaração de imposto de renda do profissional foi anexada ao processo para "atestar" que diante das suas condições financeiras, não havia o porque ele ter envolvimento com a venda de drogas. No entanto, o juiz apontou que as circunstâncias da prisão indicam que a concessão de liberdade, ainda que mediante a imposição de medidas cautelares diversas, “seria insuficiente para evitar a prática de novos delitos”.

Os advogados também alegaram que o médico apresentou sintomas de covid-19, o que poderia causar a disseminação do vírus entre os detentos. Um teste confirmou que o médico está com a doença, mas o juiz salientou que o oftalmologista está assintomático e em cela isolada dos demais detentos.

Vinicius Pedrosa converteu a prisão em flagrante do médico em preventiva e decidiu por manter Pedro Necher preso por tráfico de drogas, no Estabelecimento Penal de Três Lagoas.

A prisão - Pedro Nechar saiu de Araçatuba, no interior de São Paulo, para buscar a droga na agência dos Correios de Três Lagoas. De acordo com policiais militares, depois de avistar o veículo BMW usado pelo médico nas proximidades da agência, a equipe passou a monitorá-lo e fez a abordagem em um posto de combustíveis próximo ao local.

A idade de um suposto traficante à agência com um veículo de luxo, semelhante ao de Pedro, inclusive, já havia sido denunciada a polícia. Com o motorista, nada foi encontrado, mas no veículo, PMs acharam cerca de R$ 1 mil debaixo do banco do passageiro dianteiro.

Questionado sobre o que havia dentro da caixa de papelão com inscrição dos Correios, conforme boletim de ocorrência, o médico confessou que eram drogas. Explicou que havia feito a compra por telefone com traficante desconhecido de São Paulo e que pagou R$ 1.250 pela “encomenda”.

Na caixa, havia 153 gramas de skunk (uma espécie “nobre” de maconha) e 1,4 grama de haxixe (uma pedra). Na 1ª DP (Delegacia de Polícia), o médico alegou ser usuário e que a quantidade do entorpecente seria para uso pessoal - ele consumiria durante três meses. O preso prestou depoimento acompanhado de dois advogados. O médico está sendo investigado por tráfico, porque segundo o inquérito há elementos que indicam a prática do comércio ilegal de entorpecentes.

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