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Interior

Dourados está há 31 dias sem chuva e estiagem pode durar mais 15 dias

Helio de Freitas, de Dourados | 25/08/2015 15:23
Termômetro na área central de Dourados marca 31 graus nesta tarde; especialista considera calor e seca normais (Foto: Eliel Oliveira)
Termômetro na área central de Dourados marca 31 graus nesta tarde; especialista considera calor e seca normais (Foto: Eliel Oliveira)

Dourados, município a 233 km de Campo Grande, completa nesta terça-feira (25) 31 dias sem chuva. A estiagem ocorre desde 25 de julho e a tendência é perdurar por mais duas semanas. Conforme a estação agrometeorológica da Embrapa Agropecuária Oeste, em anos anteriores o volume médio de chuva foi de 45 milímetros em agosto, mas neste mês não caiu uma gota sequer na região.

Além da seca, o calor prevalece em pleno inverno. Nesta terça a temperatura máxima chegou a 29,3 graus às 13h30. A mínima foi de 16,3ºC às 6h37. Na contramão, a umidade do ar despencou de 92% às 5h43 para 43% às 13h22.

Cláudio Lazzarotto, pesquisador e agrometeorologista da Embrapa em Dourados, disse que apesar da estiagem prolongada, a falta de chuva neste período do ano pode ser encarada com normal.

“Embora tenhamos um fenômeno El Niño em andamento, e a ele tenham sido atribuídas todas as chuvas ocorridas em Julho, nada disso que ocorre agora deve-se a tal fenômeno. Tanto os meses de junho e julho chuvosos quanto agosto seco é uma normalidade, que ocorre com frequência”, afirmou Lazzarotto ao Campo Grande News.

Segundo o especialista, o El Niño costuma alterar o inverno seguinte ao seu surgimento, ou seja, a mudança deve ser sentida em 2016. “Na minha opinião, tanto as chuvas ocorridas quanto a falta delas, o calor e a umidade relativa do ar baixa são ocorrências normais para nosso inverno”.

Aquecimento global – Cláudio Lazzarotto disse que um aspecto que muitos especialistas consideram significativo e que poderia explicar o calor deste inverno – quente inclusive na região Sul do Brasil – é o aquecimento global.

“Mas, se repararmos, o que aconteceu neste ano, ocorre ciclicamente. De vez em quando aparecem invernos quentes. Talvez a mudança climática esteja em andamento, mas em hipótese alguma traria uma alteração tão brusca. Portanto, nem a isso eu atribuo tal calor”.

Previsão – Segundo o agrometeorologista, existe previsão de chuvas isoladas nos próximos dias, mas a região deve enfrentar seca por mais duas semanas pelo menos.

“Está em andamento uma mudança geral do tempo. Os ventos começaram a aumentar de intensidade e a nebulosidade aumenta também. Ainda nesta semana começam as primeiras chuvas isoladas, o que aos poucos vai abrindo espaço para a penetração de frentes frias que provocarão chuvas mais consistentes”.

Chuva de ganizo – Sobre a chuva de granizo ocorrida ontem em Caarapó, Lazzarotto disse que o fenômeno não é nenhuma novidade nessa época do ano. “Está chegando uma frente fria e, com o encontro dela com essa massa de ar quente sobre nós, é muito provável que haja temporais, inclusive com ventos fortes, granizo e até tornados. Todo o choque de massas provoca temporais localizados”.

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