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Interior

Empresário consegue liberdade, mas 16 seguem presos por explorar jogo do bicho

Franklin Gandra Belga foi um dos alvos da quarta fase da Operação Successione

Por Dayene Paz | 02/12/2025 09:59
Empresário consegue liberdade, mas 16 seguem presos por explorar jogo do bicho
Site criado por clã Razuk para adequar loteria ilegal à era digital, segundo o Gaeco (Foto: Reprodução dos autos de processo)

O empresário Franklin Gandra Belga, um dos alvos da quarta fase da Operação Successione, não chegou a ser preso. Embora tenha tido a prisão preventiva decretada durante a ofensiva do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), a decisão foi revogada antes mesmo de ser cumprida. Enquanto ele ganha liberdade provisória, outros 16 investigados seguem atrás das grades por envolvimento no esquema de exploração do jogo do bicho comandado pelo clã Razuk.

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A quarta fase da Operação Successione, deflagrada pelo Gaeco, resultou na prisão de 16 pessoas envolvidas em esquema de jogo do bicho comandado pelo clã Razuk em Mato Grosso do Sul. O empresário Franklin Gandra Belga, também alvo da operação, obteve liberdade provisória antes mesmo de ser detido.A investigação revelou que a organização criminosa, liderada por Roberto Razuk, operava através de corrupção, roubos e lavagem de dinheiro, incluindo dois sites de apostas online. Entre os detidos está um policial militar acusado de vazar informações sigilosas mediante propina. O grupo expandia suas operações para outros estados, como Goiás.

A decisão que "liberou" Franklin aponta que o crime imputado a ele não envolveu violência ou grave ameaça, o que permitiu a aplicação de cautelares. No entanto, o empresário está proibido de deixar a comarca sem autorização, não pode manter contato com demais investigados e testemunhas e deverá apresentar o celular ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) no dia 1º de dezembro, para análise. O juiz ainda advertiu que qualquer descumprimento resultará no retorno imediato à prisão.

Segundo o advogado Murilo Marques, responsável pela defesa, o nome de Franklin apareceu apenas em duas conversas datadas de 2021 e 2022, “muito anteriores aos fatos investigados e sem qualquer envolvimento com os mesmos”. O defensor acrescenta ainda que Franklin nunca teve qualquer envolvimento com jogo do bicho, jogos de azar e não tem relação com os demais investigados.

A quarta fase da Successione, deflagrada no dia 25 de novembro, mirou a estrutura de poder da família de Roberto Razuk, apontada como líder de uma organização criminosa armada, violenta e dedicada ao controle de jogos de azar em Mato Grosso do Sul. Dos 20 alvos de prisão, três conseguiram escapar do cerco, mas o núcleo do grupo foi capturado.

Segundo as investigações, o esquema mantinha o jogo ativo por meio de corrupção, roubos, lavagem de dinheiro e violação de sigilo funcional. A polícia afirma que o grupo atuava com ramificações em MS e ampliava operações para outros Estados, como Goiás, onde pretendia assumir o controle do jogo do bicho.

Entre os presos está o policial militar Anderson Lima Gonçalves, de Ponta Porã. Ele teria repassado informações sigilosas ao grupo em troca de propina. De acordo com o MP (Ministério Público), o sargento acessava sistemas restritos de segurança — Sigo (sistema integrado de gestão operacional) e Infoseg (rede nacional de informações de segurança pública) - para levantar dados de vítimas de extorsão e auxiliar a quadrilha. Uma das ações citadas pelo MP envolveu a suposta articulação para liberar um preso na fronteira, mediante negociação financeira conduzida pelo próprio militar.

A investigação também aponta que o grupo operava dois sites de apostas online. Um deles era administrado por Jorge Razuk Neto, filho de Roberto Razuk, 84 anos, e irmão do deputado estadual Neno Razuk. O outro portal estava sob comando de Sérgio Donizete Baltazar, dono da Criativa Technology, empresa de fachada que chegou a participar da licitação da Lotesul, loteria oficial do Estado. Segundo o MP, a companhia existia apenas no papel, sem estrutura física ou funcionários, e foi financiada pelo próprio Roberto Razuk - detalhe que já havia levantado suspeitas desde o certame milionário.

Foram presos nesta etapa: Roberto Razuk, Rafael Godoy Razuk, Jorge Razuk Neto, Sérgio Donizete Baltazar, Jonathan Gimenez Grance (Cabeça), Samuel Ozório Júnior, Odair da Silva Machado (Gaúcho), Marco Aurélio Horta, Anderson Lima Gonçalves, Paulo Roberto Franco Ferreira, Anderson Alberto Gauna, Marcelo Tadeu Cabral, Franklin Gandra Belga, Jean Cardoso Cavalini, Paulo do Carmo Sgrinholi, Willian Augusto Lopes Sgrinholi e Rhiad Abdulahad.

Conforme balanço divulgado nesta segunda-feira (1º) pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), 17 dos 20 mandados de prisão expedidos para a Successione 4 foram cumpridos. Pendentes de cumprimento, conforme apurado pelo Campo Grande News, são os expedidos contra Flávio Henrique Espíndola Figueiredo, de 36 anos, e Gerson Chahuan Tobji, 48. Outro investigado, Willians Ribeiro de Oliveira, de 43 anos, também tem mandado de prisão contra si em aberto, mas não se trata de ordem expedida pela juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna para o Gaeco.

Desses, apenas Franklin conseguiu a soltura. Roberto Razuk cumpre prisão domiciliar, e os demais tiveram a preventiva mantida nas audiências de custódia. As defesas ainda tentam a liberdade dos investigados.

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(*)Matéria atualizada em 03/12/2025 para atualização de informações.