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Interior

Escritora e faculdade indígena ganham Prêmio Marçal de Souza

Helio de Freitas, de Dourados | 22/11/2016 12:02
Ruth Hellmann e Antonio Dari Ramos receberam prêmio (Foto: Thiago Morais/Divulgação)
Ruth Hellmann e Antonio Dari Ramos receberam prêmio (Foto: Thiago Morais/Divulgação)

A Câmara de Vereadores de Dourados, município a 233 km de Campo Grande, entregou na noite de ontem (21) o Prêmio Marçal de Souza Tupã’Y, que existe desde 1994. Receberam a homenagem a escritora Ruth Hellmann, vencedora de 2015, e a Faind (Faculdade Intercultural Indígena), da UFGD, eleita neste ano. Antonio Dari Ramos representou a faculdade.

De acordo com a assessoria da Câmara, o prêmio é conferido anualmente a pessoas físicas ou jurídicas estabelecidas no município e que tenham se destacado na produção jornalística, artística, literária ou científica de temas voltados à problemática indígena na sociedade douradense ou sul-mato-grossense.

Homenageados – Gaúcha de Erechim, a escritora mora em Dourados desde 1981. Formada em Ciências pela UFMS, lançou seu primeiro livro em 1990. São 17 obras, entre elas “Upa-Upa”, livro trilíngue (português, guarani e espanhol), que lhe rendeu o prêmio.

Já a Faind foi instalada em 2012 como ação em favor da comunidade indígena. O curso da Universidade Federal da Grande Dourados possibilita formação superior específica para professores guarani-kaiowá.

A faculdade conta com a licenciatura intercultural indígena Teko Arandu e a licenciatura em educação do campo com habilitação em ciências da natureza, além das pós-graduações lato sensu em Educação Intercultural Indígena e em Gestão Pedagógica para Educação Escolar Indígena.

Em 2017, a faculdade inicia uma nova licenciatura em educação do campo, com habilitação em ciências sociais.

O prêmio - Marçal de Souza Tupã’y – que significa pequeno Deus em guarani, nasceu em Rincão Julio, região de Ponta Porã, na véspera do Natal de 1920. Aos 3 anos foi para a Aldeia Te’ýkue, em Caarapó.

Órfão aos 8 anos, foi morar em orfanato de crianças indígenas na Missão Caiuá, em Dourados. Aos 12 anos foi com um casal de missionários para Campo Grande. Lá conheceu um oficial do Exército que o levou para Recife, onde estudou até a segunda série do antigo ginásio.

N década de 40 voltou para Ponta Porã e se tornou guia e intérprete dos antropólogos Darcy Ribeiro e Egon Shaden, além de enfermeiro do posto da Funai na aldeia onde morava.

Em 1980, Marçal de Souza é escolhido representante da comunidade indígena para discursar em homenagem ao Papa João Paulo II, durante sua primeira visita ao Brasil. Na luta pela posse de terras indígenas, chegou a discursar em assembleia da ONU (Organização das Nações Unidas) para relatar o drama dos guarani em Mato Grosso do Sul. Ganhou o apelido de “O banguela dos lábios de mel”.

Em 25 de novembro de 1983, foi assassinado com cinco tiros, na aldeia Campestre, em Antonio João. Seu corpo foi sepultado em Dourados.

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