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Interior

Exame reforça suspeita de abuso sexual de bebê que morreu espancado

A criança, segundo a Polícia Civil, tinha lesão no ânus de 4 centímetros, que vai do interior do reto até o cóccix

Viviane Oliveira | 18/09/2019 10:25
Criança morreu após duas paradas cardiorrespiratórias (Foto: divulgação/Polícia Civil)
Criança morreu após duas paradas cardiorrespiratórias (Foto: divulgação/Polícia Civil)

Laudo preliminar reforçou a suspeita de abuso sexual no bebê Pedro Henrique Bonfim Oscar, de 1 ano e 7 meses, que morreu após agressão na segunda-feira (16). A criança, segundo a Polícia Civil, tinha lesão no ânus de 4 centímetros, que vai do interior do reto até o cóccix (osso localizado na parte inferior da espinha).

Conforme a delegada Allana Zarelli, responsável pela investigação, o laudo confirmou que a lesão se deu pela introdução de algo no ânus da vítima, porém só será confirmado se houve abuso sexual após o resultado de laudos biológicos que serão realizados no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal). “Porém, há indícios suficientes de que os investigados são responsáveis pela morte da criança”, afirmou. O bebê morreu no hospital no início da tarde de segunda-feira, às 12h50.

O caso aconteceu em Mundo Novo, distante 476 quilômetros de Campo Grande. O padrasto de 25 anos e a mãe de 23 anos foram presos no mesmo dia enquanto prestavam depoimento na delegacia. “Ela demonstrou frieza. Claro, eles não queriam ser presos, mas estavam calmos”, disse a delegada.

O casal está junto há 8 meses e foi autuado por homicídio qualificado. A dona de casa tem outros dois filhos, um de 5 e outro de 2 anos, que assim como o bebê morto, são frutos do relacionamento anterior. As crianças mais velhas ficavam na creche e só o bebê era cuidado pela mãe.

Até agora, a Polícia Civil ouviu oito testemunhas. Elas relataram que o bebê vivia doente e que a mãe não o levava ao hospital, pois não queria permanecer na unidade, caso a criança ficasse internada. Questionada, a mãe afirmou que o menino tinha febre constantemente, mas que o tratava com paracetamol. Já os familiares da suspeita contaram que depois que ela foi morar com o pedreiro ficou "diferente". 

Morte - O bebê foi encaminhado ao Hospital Maternidade Bezerra de Menezes pela mãe. Lá, ela disse aos médicos que a criança havia se afogado em casa, enquanto tomava água. A criança teve duas paradas cardiorrespiratórias. A equipe médica tentou reanimá-lo por uma hora, mas sem sucesso.

Após a comunicação do fato à Polícia Civil, uma equipe de investigação iniciou as apurações do caso. A criança foi submetida ao exame de corpo de delito e o perito médico-legista constatou que a morte se deu por choque hemorrágico, provocado por uma lesão no pâncreas. A perícia ainda concluiu que o bebê apresentava várias lesões tanto internas, quanto externas, características de maus-tratos.

Reincidente - No dia 22 de agosto a criança foi levada pela família ao hospital, com uma das pernas fraturada em dois lugares. Os enfermeiros acionaram o Conselho Tutelar, a quem a mulher disse que a criança havia se machucado no berço, onde provavelmente teria prendido a perna ao tentar descer. Na ocasião, a Polícia Civil não foi acionada pelo conselheiro. 

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