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Interior

Facção trocava cada carro roubado por até 300 kg de maconha em MS

PGC (Primeiro Grupo Catarinense) inicou esquema no presídio de Naviraí; grupo rival do PCC atua em SC e "alguns pontos de MS"

Silvia Frias | 28/10/2020 10:42
Carro roubado em Florianópolis e que seria trocado por drogas em MS (Foto/Reprodução)
Carro roubado em Florianópolis e que seria trocado por drogas em MS (Foto/Reprodução)

O esquema de troca de carros roubados em Santa Catarina por drogas na região de fronteira do Paraguai e Brasil, via Mato Grosso do Sul foi organizado a partir do presídio de Naviraí, a 366 quilômetros de Campo Grande. O grupo, ligado ao PGC (Primeiro Grupo Catarinense) fazia remessa de 200 a 300 quilos de maconha por veículo negociado.

A Operação Sistema, desencadeada ontem (27) pela Polícia Civil de Santa Catarina, cumpriu 19 dos 20 mandados de prisão e 30 de busca e apreensão. Dos presos, 5 estavam em Mato Grosso do Sul, responsáveis pelo “meio de campo”, da negociação dos veículos roubados na Grande Florianópolis por drogas na região de fronteira. Esses mandados foram cumpridos em Mundo Novo e Naviraí.

O delegado Cláudio Monteiro disse que a investigação foi iniciada em 2019, quando o preso que seria o “cabeça” do esquema, integrante do PCC estava no presídio de Naviraí e se associou a outros criminosos. Essa liderança não teve o nome divulgado, mas tem passagens por homicídio, latrocínio, roubo e tráfico de drogas.

Esse preso, depois que passou por Naviraí, foi recambiado para presídio em Santa Catarina, onde o mandado de prisão foi cumprido na Operação Sistema. Também foram detidos a esposa, o filho e o primo desse detento, todos em SC.

No esquema, o carrou roubado era transportado para MS, em viagens feitas pelos bandidos em dois veículos. Na volta, a droga, podendo ser maconha e crack, era levada para abastecer os pontos de venda de Santa Catarina. Na investigação, a polícia flagrou um dos roubos, com o do vídeo abaixo, em abril de 2019, no campus da Universidade Federal.


Segundo Monteiro, o tráfico principal era de maconha, mas, também havia transporte de crack. Dependendo do modelo do veículo, a troca valia de 200 a 300 quilos de droga.

O delegado não comentou sobre a atuação do PGC em Mato Grosso do Sul, área de notória presença de outras duas facções, o PCC (Primeiro Comando da Capital) e do CV (Comando Vermelho). Porém, há pelo menos 10 anos, a facção do sul do país atua na região, com “ideologia” semelhante ao PCC.

O delegado explica que o PGC atua, essencialmente, na Grande Florianópolis, mas, também, “em alguns pontos de Mato Grosso do Sul”. A facção tem histórico de conflitos com PCC, por ser resistência à entrada deles na região de SC.

Aqui em MS, o PGC chegou por meio de Nelson de Lima, 46 anos, o “Setenta”, natural de Canoinhas (SC), considerado um dos fundadores da facção. O PGC foi criado em 2001, na chamada Ala Máxima da Penitenciária de Florianópolis. “Setenta” já passou por diversos presídios de MS e há 2 anos, segundo apurou a reportagem, está na Penitenciária Estadual de Dourados.

Operação comandada pela Polícia Civil de SC cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão em MS e SC (Foto/Divulgação)
Operação comandada pela Polícia Civil de SC cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão em MS e SC (Foto/Divulgação)


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