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Interior

Guardas não ouviram traficante matar mulher com 53 facadas em cadeia

Depoimentos fazem parte da investigação do MP do Paraguai; criminoso responde pelo assassinato mesmo preso no Brasil

Helio de Freitas, de Dourados | 02/09/2019 10:39
Marcelo Piloto matou garota de programa dentro de cadeia no Paraguai para tentar evitar extradição (Foto: Rádio Uno 650)
Marcelo Piloto matou garota de programa dentro de cadeia no Paraguai para tentar evitar extradição (Foto: Rádio Uno 650)

Investigação conduzida pelo Ministério Público do Paraguai sobre o assassinato da garota de programa Lídia Meza Burgos, 18, revela a rede de proteção que o narcotraficante brasileiro Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o Marcelo Piloto, tinha dentro do quartel da Agrupación Especializada, onde ficou preso até o dia 17 de novembro do ano passado.

Naquele dia, durante visita da garota contratada através de anúncio em rede social, o traficante brasileiro matou Lídia com 53 golpes de faca artesanal, mas nenhum guarda viu ou ouviu qualquer atividade suspeita.

O crime foi a última tentativa de Marcelo Piloto para tentar impedir a extradição. A macabra estratégia não deu certo e no dia seguinte ele foi expulso pelo presidente da República Mario Abdo Benítez.

Atualmente ele está no Presídio Federal de Mossoró (RN), onde estão também outros grandes narcotraficantes brasileiros, entre eles Fernandinho Beira-Mar e Jarvis Gimenes Pavão. Os três atuam ou atuaram na Linha Internacional que separa Mato Grosso do Sul do Paraguai.

Mesmo preso no Brasil, Marcelo Piloto se tornou réu pelo assassinato de Lídia Meza Burgos. O processo tramita na Justiça do Rio de Janeiro.

Conforme o jornal carioca “Extra”, a cela onde o traficante matou a garota de programa ficava a menos de 10 metros da recepção do quartel, sede de grupo de elite da Polícia Nacional e para onde são levados os presos mais perigosos do Paraguai devido à facilidade de fuga e de mordomias na Penitenciária de Tacumbú, também na capital Assunción.

Segundo a investigação do MP paraguaio, nenhum dos nove policiais que prestou depoimento diz ter ouvido grito da cela. Foi Marcelo Piloto que bateu na porta da cela para chamar os guardas depois de esfaquear e estrangular a garota. As câmeras de segurança instaladas nas celas e nos corredores não funcionavam.

Blas Gómez, da Companhia Antimotins da Polícia Nacional, foi o primeiro a entrar na cela. Disse ter encontrado Marcelo Piloto ao lado do corpo, usando a camiseta da seleção brasileira, ensanguentada.

Conforme os depoimentos, aos primeiros policiais que entraram na cela Piloto disse que a vítima era uma “colega de trabalho” e a matou por “desentendimento”. Entretanto, a história era mentira.

Lídia tinha sido contratada por ele através de um catálogo virtual de garotas de programa, ou seja, o crime foi premeditado. Antes de matar a jovem, o traficante fez sexo com ela, segundo a investigação. Em julho, a juíza Caroline Figueiredo, da 5ª Vara Federal Criminal do Rio, decretou a prisão de Marcelo Piloto pelo crime.

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